O pecuarista Orleir Cameli, de Tarauacá, está cansado de esperar pela burocracia do Instituto de Defesa Animal e Agroflorestal (Idaf), que há três anos interditou a criação de cavalos da fazenda de Cameli e, desde então, não mais liberou. Além disso, o pecuarista precisou tirar dinheiro do bolso para bancar obrigações do Idaf.
Segundo Cameli, após várias procuras ao órgão, a resposta é sempre a de que o Instituto está providenciando o envio, mas que aguarda a contratação de empresa para o transporte dos materiais coletados até o laboratório, localizado no Pará, e que para isso, não há data.
“Da outra vez a gente precisou refazer as colegas, e eu mesmo já me ofereci para enviar, pagar o frete que era para mandar os materiais, mas eles não resolvem. Estou há quase quarenta dias esperando que eles enviem, mas infelizmente eles não fazem isso. Estou vendo a hora ter que devolver o dinheiro dos cavalos que vendi”, comenta.
Orleir, que é primo do governador Gladson Cameli, relata que já tentou de todas as formas resolver a questão. Após a venda de cavalos criados na fazenda, o pecuarista conta que já está sendo questionado pelos compradores sobre o porquê de não ter entregado os animais. Ele teme perder os clientes.
“Eu estou esperando essa liberação há três anos e meio, desde o governo do Tião Viana. Já teve um ano do governo do Gladson, e nada mudou. Eu continuo com o prejuízo e ninguém resolve isso. O prazo é 60 dias para eles regularizarem, mas já estamos com quase quatro anos. Isso é um absurdo”, completa o pecuarista.
Segundo o Idaf, o problema se dá pela falta de contratação de uma empresa que faça a coleta e entrega dos materiais, via aéreo, o que demanda tempo, visto que são seguidos os trâmites normais de contratação de serviços com recursos públicos, ou seja, a lei de licitações.
“Uma nova coleta de amostras foi feita, e o Idaf vai enviá-las amanhã mesmo para o laboratório, conforme o novo contrato com a empresa aérea. Infelizmente teve esses problemas para o translado, principalmente pelas amostras, e o Idaf informa que enviará essas amostras o mais rápido possível”, comentou o órgão