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POLÍTICA

Os 100 dias de Gladson no Palácio

Os 100 dias de Gladson no Palácio

Ao Notícias da Hora, Gladson fala sobre nomeações equivocadas, diz que Saúde pública tira seu sono e admite falha na articulação política com a Assembleia

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Gladson Cameli completa 100 dias como governador do Acre nesta quarta-feira, 10.
 
 
Em entrevista ao Notícias da Hora, o governador foi franco nas respostas. Disse que os maiores problemas de seu governo estão na articulação política e na gestão. A Saúde pública, reconhece o governador, "tem me tirado o sono literalmente".
 
Cameli não deixou de responder perguntas incômodas sobre a sequência de nomeações equivocadas e desnomeações publicadas no Diário Oficial, desconexão entre o Palácio Rio Branco e a Assembleia Legislativa, índices elevados da violência e a crise crônica da Saúde pública do Acre. 
 
E ainda pediu: "Eu não quero ninguém, tampouco vocês jornalistas, passando a mão na minha cabeça. Não quero puxa-saco. Quem bajula não ajuda. Quero críticas construtivas para ver onde tem o erro".
 
Ansioso e apressado por resultados, uma característica de quem sempre circulou na iniciativa privada, o governador revelou, a cada pergunta feita, incômodo com a burocracia imposta pelos órgãos de controle em situações de urgência de setores como a Saúde e a Segurança, mas é otimista e repete que "já deu certo", uma frase que virou seu bordão.
Leia trechos da entrevista concedida pelo governador Gladson Cameli ao repórter Luciano Tavares, do Notícias da Hora
 
 
NH: Por que tanta nomeação e desnomeação em um curto espaço de tempo? 
 
Governador: Muita nomeação equivocada aconteceu porque vinha indicado de deputados da base e não tinha como a gente fazer uma espécie de seleção, por isso aconteceu isso.  Mas a gente, ao saber, teve que exonerar. E os nossos aliados tem toda razão de reclamar de nomeações de pessoas que não estiveram em nossa campanha. Eu concordo. Mas essa página já está sendo virada e estamos focando em coisas mais importantes como a Saúde e a Educação. 
 
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NH: O senhor está satisfeito com sua equipe?
 
Governador: Estou, mas ainda falta muito para nós alcançarmos nossas metas. A gestão teve início agora. Uma coisa eu digo: o que falta não é dinheiro. O que ainda falta é gestão. E nós estamos pondo o trem nos trilhos. E já deu certo!
 
 
NH: Por que essa desconexão política com a Assembleia? 
 
Governador: Você tem razão. Estamos alinhando. A verdade é que nós somos um governo que tem um senso democrático e não vamos aparelhar ninguém. Não tem essa de não aceitar críticas, reclamações ou denúncias. Acabou essa época no Acre em que não se respeitava os poderes. O Legislativo é independente. 
 
 
NH: Esse seu mesmo entendimento segue em relação a imprensa...
 
gla 03Governador: Claro! Você jamais vai ver eu censurando qualquer jornalista. A imprensa precisa ser livre. Quero críticas, e críticas construtivas.
 
 
NH: Dois setores no seu governo são alvo de muitas críticas, a Saúde e a Segurança. Em que momento as pessoas começarão a sentir resultados nessas áreas?
 
Governador: Eu já vejo um avanço na Segurança. É só olhar para os números. Precisa melhorar? É claro que precisa. A gente já adquiriu veículos novos, armas, munições, vamos chamar as pessoas que passaram nos concursos públicos da PM e da Polícia Civil até 31 de julho... Estamos, sim, avançando. Precisamos melhorar sim. Mas estamos avançando. A Saúde me preocupa também. O secretário Alisson Bestene tem trabalhado muito para que possamos ter uma saúde de qualidade. A gente já esteve com os médicos conversando de perto, ouvindo as críticas inclusive para a gente melhorar. Estamos voltando os transplantes, fazendo os pagamentos que estavam atrasados, pondo as finanças em dia. Garantimos também a permanência do pessoal do Pró-Saúde e estamos mantendo diálogo com os sindicatos. Isso tanto na Saúde como na Educação. 
 
 
NH: O senhor se refere aos processos seletivos? 
 
Governador: Sim. Também. Pela primeira vez foi feito processo seletivo no Acre na educação sem qualquer indicação ideológica e partidária. E a gente vai continuar. Por exemplo, na Saúde abrimos processo seletivo para mais de 300 contratações, sem falar na convocação da Segurança que a gente vai fazer. 
 
NH: E essa sua aparente intriga com seu vice Major Rocha? Como tem sido essa relação?
 
Governador: Intriga?! Que Intriga? Rocha é um aliado de primeira hora! Tem me ajudado a governar e tem sido um aliado a todo momento.
 
NH: Mas seus correligionários não gostaram de ver seu vice indo ao Pronto Socorro... Emitiram nota...
 
Governador: Ele é o vice-governador! Desde quando um vice-governador não pode visitar um hospital ou uma delegacia para ver como estão os trabalhos? Não me meto em questões partidárias. Minha bandeira é verde e amarela. Meu partido é o Acre, e o Acre é de todos.
 
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NH: Em suas agendas observo um certo incômodo seu com a Saúde pública. Qual a saída proposta pelo governo para melhorar o setor?
 
 
Governador: Eu quero contar com a colaboração de todos. Do médico ao trabalhador mais simples dos hospitais. Não é fácil. A burocracia na aquisição de equipamentos, de material, é um entrave. Mas até o final do ano a situação será outra tenho certeza. 
 
 
NH: O que mais tem preocupado o senhor nesses primeiros dias de gestão? O quem tirado o seu sono?
 
Governador: A Saúde. Quando eu sei que tem gente em situação difícil acamada porque falta material. Mas tenho fé em Deus que isso vai mudar.
 
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NH: O senhor lançou um pacote de obras de quase R$ 1 bilhão recentemente. Esses recursos estão garantidos? 
 
Governador: Totalmente garantidos. É a primeira fase do nosso projeto de recuperação da economia. Com esses recursos e trabalhando com as empresas e mão de obra locais serão gerados mais de 15 mil postos de trabalho. A economia precisa girar. O Acre tem que atrair investimentos. Temos mais de R$ 90 milhões para ramais com o objetivo de garantir a elevação do agronegócio, mais de R$ 300 milhões na recuperação de estradas; recusos para construção de unidades habitacionais, reforma de prédios públicos, manutenção e recuperação da malha viária.
 
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