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POLÍTICA

Partidos de esquerda se reagrupam por 2020; em disputas internas, governo tende a estar rachado

Partidos de esquerda se reagrupam por 2020; em disputas internas, governo tende a estar rachado

As eleições municipais de 2020 serão o grande teste político tanto para o grupo que saiu vitorioso na disputa do ano passado, quanto para os derrotados. Aos líderes que hoje ocupam o Palácio Rio Branco caberá o desafio de saber se o eleitorado - daqui um ano - ainda estará de bom-humor com eles. Já aqueles que passaram as últimas duas décadas no comando do Estado e foram desalojados pelas urnas, há o desafio de aferir se os acreanos estão satisfeitos com a mudança ou não.

Para as legendas de oposição, as dificuldades são ainda maiores por não estarem mais com a máquina na mão. Prova disso é a ida de uma leva de prefeitos do interior para o partido do governador Gladson Cameli, o Progressistas. A seu favor, os oposicionistas podem ter uma eventual má avaliação da gestão Cameli até outubro de 2020.

Ou seja, ao invés de ser uma vantagem, estar no palanque oficial poderia ser um prejuízo. A depender dos caminhos atabalhoados trilhados nestes 10 meses de governo, as chances de isso acontecer são altas. Além de problemas de gestão, o governo vive uma espécie de guerra civil dentro de sua própria base de sustentação, com lideranças partidárias duelando entre si por domínio de feudos.

Enquanto o governo não se entende, a oposição vai elaborando suas táticas e estratégias. Principal força de esquerda a sobreviver nas eleições de 2018, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) realizou neste sábado, 19, sua convenção municipal para se preparar para a disputa em Rio Branco e as demais 21 cidades.

Apesar de ainda manter o domínio da prefeitura da capital, os partidos de esquerda enfrentam um problema: a indefinição da prefeita Socorro Neri (PSB) de anunciar ou não uma candidatura à reeleição. Ela assumiu o posto em abril do ano passado, quando o titular da cadeira, Marcus Alexandre (PT), renunciou para concorrer ao governo.

COMUNISTAS 02

Vista como dona de um perfil técnico e faltando traquejo político, Socorro Neri reluta em anunciar uma eventual candidatura, deixando as demais forças de sua base - PT e PCdoB - a passo de espera. Os petistas sonham em reocupar o posto, mas sabem que ainda enfrentam muitos desgastes diante dos eleitores.

O PCdoB integra a atual gestão municipal comandando a Secretaria de Educação. “Estamos observando os acontecimentos e aguardando algumas tomadas de decisões para que a gente possa dar um próximo passo. A sucessão da prefeita Socorro Neri, em ela sendo a candidata, terá um tipo de conversa, de discussão e de construção. Em ela não sendo a candidata, será um outro tipo de construção”, diz o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB).

Para ele, o governo chegará às eleições de 2020 dividido. “O governo Gladson é um governo de disputa.Você tem o PSDB que procura construir um caminho e um protagonismo próprios para, digamos assim, ser um polo de maior influência. Você tem o MDB que luta para não ser o segundo violino da orquestra, portanto para ter feição própria neste processo. Você tem o PSD do senador Petecão procurando aglutinar forças de uma forma mais ampla, inclusive para além das que compõem a base do governo. E você tem o PP querendo se reposicionar dentro desta conjuntura lançando uma rede de cooptação de lideranças para se colocar num polo de forças”, avalia o parlamentar.

Na opinião do parlamentar, diante deste cenário, dificilmente o governo Gladson terá condições de estar unificado na disputa pelas 22 prefeituras acreanas. “Haverá disputa entre eles, haverá disputa entre nós e eles e pode haver, inclusive, alianças com dissidentes do lado deles.”