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POLÍTICA

Pastor Jamyl Asfury critica entrega da "chave" ao rei e rainhas do Carnaval de Rio Branco; diretor da FGB rebate

Pastor Jamyl Asfury critica entrega da "chave" ao rei e rainhas do Carnaval de Rio Branco; diretor da FGB rebate

O ex-deputado estadual e pré-candidato a prefeito de Rio Branco, pastor Jamyl Asfury (PSC), polemizou ao criticar, por meio de um vídeo em sua página no Facebook, a prefeita de Rio Branco, Socorro Neri (PSB), pela entrega da "chave" da cidade ao Rei Momo, Rainha do Carnaval, Rainha Trans e Rainha Gay durante o concurso da realeza na abertura da quina carnavalesca na última sexta-feira, 21, no Calçadão do Mercado Velho.

Para Jamyl Asfury, a "chave" da cidade deveria ter sido entregue a um pastor, médico, padre ou gari, não à realeza do Carnaval, como ocorreu.

"Se é para entregar chaves, eu não sugeriria ser entregue para figuras carnavalescas. A minha sugestão é que fosse entregue para aqueles pastores que estão nos retiros cuidando de pessoas, pessoas viciadas em drogas que estão se dando uma nova oportunidade, jovens que poderiam estar nas facções, mas eles estão cuidando por elas. Poderia também dar para os médicos que estão cuidando de pessoas que são vitimadas ou vítimas do álcool, que estão ali trabalhando num feriado prolongado com muita dificuldade. O padres que estão nas comunidades levando uma palavra aos ribeirinhos, levando uma palavra de salvação. Poderiam também entregar as chaves aos garis que estão trabalhando. Prefeito ou prefeita que se preza e trabalha a favor das pessoas assume essa responsabilidade", disse o pastor.

Por meio de um texto, o diretor da Fundação Garibaldi Brasil, Sérgio de Carvalho, lamentou o discurso do pastor e ex-deputado. Para o ativista, a crítica de Asfury é carregada de desinformação, mentira, machismo e fundamentalismo.

"A prefeita Socorro Neri não entregou a chave da cidade para a realeza carnavalesca. Mesmo se tivesse entregue, como manda a tradição, não haveria mal nenhum. Ela e diversos outros políticos, como o Senador Sérgio Petecão, compareceram ao concurso em respeito aos fazedores de cultura ali representados."

O diretor da FGB afirmou que o concurso da realeza é "um momento de afirmação e de empoderamento de pessoas que lidam diariamente com o preconceito racial, com gordofobia, homofobia e preconceito social. Ao querer dizer pra prefeita o que ela deveria ou não fazer, mesmo inspirado por mentira, só demonstra aquele velho e mofado machismo que se dá ao direito de dizer onde uma mulher estar", acrescenta Sérgio de Carvalho.

 

O concurso da realeza

O concurso da realeza promovido na abertura oficial do Carnaval em Rio Branco premiou os vencedores com troféus e dinheiro. Não houve entrega simbólica da chave da cidade, como tradicionalmente ocorria. O quarteto da realeza recebeu coroas e cetros, que são bastões que representam simbolicamente o poder real.

Foram escolhidos por um grupo de jurados: Wellington Fraga (Rei Momo); Rose Marry (Rainha Trans); Cris D’avila (Rainha Gay); e Carol dos Santos (Rainha do Carnaval).

Os três primeiros colocados receberam troféus e dinheiro: R$ 3,5 mil para o primeiro lugar, R$ 2 mil para o segundo e R$ 1 mil para o terceiro.