O Partido Democrático Trabalhista (PDT) emitiu nota na manhã desta segunda-feira (25), se posicionando contra o retorno das aulas presenciais em Rio Branco, anunciado pelo prefeito Tião Bocalom (PP).
Mesmo com o decreto do governo que impõe medidas de distanciamento social e a iminência de um “toque de recolher” no Estado, a secretaria de educação manteve a decisão de voltar com as aulas em fevereiro.
Na nota, assinada pelo presidente da executiva estadual, deputado Luís Tchê, a sigla ressalta que o Plano de Imunização do Estado é um marco para a população acreana, mas que as vacinas ainda não são suficientes e, portanto, não justificam a decisão da Secretaria de Educação do Município de Rio Branco.
O partido cita ainda, o estudo realizado pela Universidade de Granada, na Espanha, que analisa o número de crianças que ao entrar em contato com o vírus, podem levar a doença para membros do grupos de risco para a Covid-19.
Leia a nota:
O Partido Democrático Trabalhista – PDT, através do diretório regional, tem como princípio a defesa da classe trabalhista e do bem comum dos cidadãos acreanos. Diante deste compromisso, o partido expressa sua preocupação com a decisão precipitada da Secretaria Municipal de Educação da prefeitura de Rio Branco sobre o retorno às aulas presenciais dos alunos do 5º ano do ensino fundamental I.
É temerário o retorno às atividades presenciais em um momento em que os dados disponibilizados nos relatórios oficiais do Ministério da Saúde e Secretarias de Saúde evidenciam que a taxa de contaminação pelo novo coronavírus está em crescimento novamente.
O PDT entende que o início do Plano de Imunização Estadual é um marco a ser celebrado, mas é importante lembrar que a quantia de vacinas disponíveis no Estado não abrange a maioria da população de Rio Brando, sendo assim, um fator relevante para uma maior conscientização dos riobranquenses com os cuidados pessoais de higienização e distanciamento social.
Vários são os estudos que elucidam os perigos de um retorno prematuro das atividades escolares. Por exemplo, os pesquisadores da Universidade de Granada, Espanha, um país que foi severamente castigado pela epidemia, sugerem, por meio de cálculos matemáticos, que em um cenário de sala de aula com 20 alunos, em que 10 alunos tenham um irmão e outros 10 sejam filhos únicos que, no primeiro dia de aula, cada aluno será exposto ao contato direto e indireto de 74 pessoas. Isso ocorreria em um cenário em que não haja contato com alguém fora da sala de aula e da casa da família (fonte: https://fpabramo.org.br/coronavirus/2020/06/22/20-criancas-numa-sala-de-aula-gera-808contatos-cruzados-em-2-dias/).
O contágio de uma pessoa desse grupo acarreta um risco automático para todos os indivíduos que o circundam. A decisão da secretária Nabiha Bestene, com endosso do atual prefeito da cidade, Tião Bocalom, coloca em risco não apenas os alunos, mas os profissionais responsáveis por gerir um ambiente escolar: professores, diretores, coordenadores, técnicos, zeladores e familiares.
O PDT Acre ressalta que não há nação sem educação, mas para isso é preciso proporcionar um ambiente seguro, mesmo para aqueles que estão em casa, no aguardo do retorno dos alunos para casa.
José Luís (Tchê) Presidente da Executiva Estadual do PDT – AC