A deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) criticou o acordo assinado pelo governo de Jair Bolsonaro com os Estados Unidos que permite o uso da base de Alcântara, pelos americanos, para fins científicos e militares. Com a medida, satélites, foguetes e mísseis de fabricação norte-americana poderão ser lançados da base brasileira, localizada no Maranhão.
O acordo foi assinado na última segunda-feira (18) durante a visita do presidente Jair Bolsonaro a Washington, e ainda precisa ser aprovado pelo Congresso. Perpétua Almeida critica o fato de o processo de entrega da base aos americanos ocorrer sem transparência, não ocorrendo a divulgação dos termos do acordo.
A deputada lembra que, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), um acordo semelhante foi feito com os Estados Unidos. O Parlamento, como lembra Perpétua, rejeitou a proposta por o Brasil perder sua soberania no centro de lançamento caso houvesse o aval dos deputados.
Perpétua Almeida defende que o Brasil possa, sim, realizar acordos internacionais para o uso de Alcântara, mas não apenas com os americanos. Ela propõe parcerias com países como a França e a China. Para ela, essas parcerias podem resultar no desenvolvimento de tecnologias que beneficiem a ciência brasileira.
“O Brasil é que precisa liderar para que nossa base seja explorada. Nós precisamos desenvolver o nosso programa espacial, e garantir a participação de vários outros países que possam melhorar nossas tecnologias”, afirma ela. Ainda segundo ela, o uso de Alcântara também deve beneficiar as populações que moram no seu entorno.
Durante suas primeiras passagens pela Câmara, a deputada integrou a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. No segundo mandato de Dilma, quando não conseguiu a eleição para o Senado em 2014, assumiu uma secretaria dentro do Ministério da Defesa.