Ação policial faz parte de operação que investiga inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde; assessores Max Guilherme e o Sérgio Cordeiro, que trabalhavam no Planalto, também foram detidos
A Polícia Federal prendeu, nesta quarta-feira (3), o ex-ajudante de ordem de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, em Brasília. Ele está sendo levado para a sede da PF.
Os policiais também realizam busca e apreensão em um endereço ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília, no Jardim Botânico. É a casa onde o ex-presidente mora com Michelle Bolsonaro. O celular do ex-presidente foi apreendido pela Polícia Federal.
As ações fazem parte da Operação Venire, deflagrada nesta quarta, que investiga a prática de crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde (sistemas SI-PNI e RNDS).
Max Guilherme e o Sérgio Cordeiro, assessores de Bolsonaro que trabalhavam no Planalto, também foram presos. Também foi preso o secretário municipal de Governo da cidade de Duque de Caxias/RJ, João Carlos de Sousa Brecha.
A CNN apurou que a cidade de Duque de Caxias se envolve na investigação porque um dos registros encontrados no sistema da Saúde sobre a vacinação de Bolsonaro foi feito em um posto de saúde do município fluminense. Nesse posto, houve um registro de que o ex-presidente teria se imunizado contra a Covid-19 no local, e a investigação apontou que era um dado adulterado.
No total, são cumpridos seis mandados de prisão e 16 de busca e apreensão. Eles estão no âmbito do inquérito das milícias digitais, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Entre os alvos de buscas está o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), irmão do ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, que é atual secretário estadual de Transportes do governo de Cláudio Castro. Gutemberg está em Brasília.
A CNN apurou que a filha e a esposa de Mauro Cid e também estão envolvidas na investigação da PF, porque teriam tido seus dados de vacinação adulterados também.
Uma fonte da Polícia Federal (PF) informou à CNN que a filha de Bolsonaro, Laura Bolsonaro, teria dados alterados na carteira de vacinação contra Covid-19.
A investigação da PF aponta que o objetivo do grupo “seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”.