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POLÍTICA

PFDC pede informações ao Incra sobre mudança na classificação de projetos de desenvolvimento sustentável no Acre

PFDC pede informações ao Incra sobre mudança na classificação de projetos de desenvolvimento sustentável no Acre

Mudança pode acarretar alteração do regime jurídico e diminuição da proteção socioambiental

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) – órgão do Ministério Público Federal (MPF) – encaminhou, nesta quinta-feira (23), ofício ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). No documento, solicita informações sobre a alteração de modalidade de assentamentos de Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) para Projeto de Assentamento (PA) no estado do Acre, constantes especificamente nas Portarias nº 806 a 810, de 2021. A mudança pode acarretar na substituição do regime jurídico e diminuição da proteção socioambiental, além de permitir a alienação de terrenos.

O procurador federal dos Direitos do Cidadão, Carlos Alberto Vilhena, solicita que sejam enviados, no prazo de 15 dias, quantos e quais PDC foram convertidos em PA, no período de 2019 a 2021. Pede as razões concretas e objetivos que motivaram as alterações presentes nas Portarias nº 806 a 810/2021, com destaque para a análise de possível inviabilidade econômica e tamanho de cada PA. Quer saber ainda se as áreas convertidas em Projetos de Assentamentos possuem Áreas de Proteção Permanente (APP) e de Reserva Legal (RL). As portarias trazem modificações nos Projetos Geraldo Fernandes, Wilson Lopes, Porto Luiz 1, Lídia Craveiro e Ivo Neves.

O ofício atende a solicitação de procuradores da República que atuam no Grupo de Trabalho (GT) Reforma Agrária e Conflitos Fundiários, da PFDC. Segundo o GT, os projetos de assentamento sustentável costumam contar com gestão comunitária, constituindo-se em instrumentos que almejam conferir valor econômico à floresta e contribuem para um meio ambiente ecologicamente equilibrado. A alteração da modalidade de assentamento não constituiria mera formalidade, podendo trazer impactos fáticos e jurídicos.

O GT lembra, em documento encaminhado ao PFDC, que os Projetos de Desenvolvimento Sustentável têm sido alvo de conflitos fundiários decorrentes da invasão e supressão das áreas coletivas de reserva legal, o que estaria tornando inviável o manejo sustentável e, consequentemente, daria abertura para a conversão da modalidade de assentamento.