A direção nacional do Partido Liberal (PL), sob a liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro, decidiu impor uma proibição rigorosa: a sigla não poderá mais formar coligações com partidos de esquerda nas eleições municipais deste ano. A medida, anunciada recentemente, reflete uma estratégia clara do PL para alinhar sua imagem e posicionamento ideológico.
O PL Mulher, liderado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, reforçou a decisão com uma nota que convoca filiados e simpatizantes a denunciarem qualquer violação dessa norma.
"O PL Mulher, na pessoa de sua Presidente Nacional, vem por meio desta Nota reforçar a decisão adotada pelo Partido Liberal, que proíbe qualquer tipo de coligação com partidos de esquerda", diz o comunicado, que não especifica quais são os partidos considerados de esquerda.
A nota também enfatiza que as razões para essa decisão são óbvias. "Para exemplificar, basta ver o que está acontecendo na Venezuela e quais partidos brasileiros estão se manifestando favoráveis àquele regime ditatorial. Não queremos que o Brasil tenha esse mesmo destino", acrescenta.
A nova diretriz pode causar complicações para o partido, especialmente em Estados onde já existem alianças com siglas de esquerda. No Acre, por exemplo, o PL mantém coligações em pelo menos dois municípios com partidos que se alinham com a esquerda.
No município do Bujari, o partido está unido ao PCdoB na campanha pela reeleição do atual prefeito, Padeiro (PDT). Em Cruzeiro do Sul, a situação é semelhante, com o PL formando uma aliança com o PT e o PCdoB em apoio à candidatura de Zequinha (PP) à reeleição.
Vale destacar que, apesar da proibição nacional, o PL no Acre é liderado pelo senador Márcio Bittar e conta com a presidência estadual de Edson Bittar, irmão de criação do parlamentar. Essa liderança pode influenciar, ou não, a forma como a nova diretriz será aplicada no Estado nas eleições municipais deste ano.