Cancelamento do evento não está descartado, mas é improvável
Membros da Polícia Federal enxergam que há risco elevado de um confronto entre apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a posse do próximo domingo (1º). Os grupos devem se encontrar já no início do fim de semana, quando as primeiras caravanas de apoiadores do petista chegam a Brasília.
Segundo fontes da PF ouvidas pela coluna, a preocupação é desmontar os QGs de bolsonaristas ao longo da semana e impedir aglomeração de apoiadores de Bolsonaro ao menos no período em que Brasília estará tomada por simpatizantes de Lula. "O risco de um confronto é alto e podemos ter tragédia se nada for feito", informou um policial.
A Polícia Federal trabalha em parceria com a Polícia Militar do Distrito Federal e com a transição de governo, já ligada ao futuro ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) e não descarta cancelar parte do evento de posse. A coluna teve acesso a um documento interno da PF que classifica o evento como risco alto para algum tipo de ato violento. O texto não fala sobre ato terrorista, como o que quase aconteceu no sábado (24).
Publicamente não se fala em cancelamento e o PT entende ser impossível evitar que as pessoas cheguem no DF. "A posse de Lula é o evento mais importante dos últimos anos. As polícias precisam fazer seu trabalho", diz um parlamentar. Além dos simpatizantes, o evento contará com um grande número de chefes de estado que já confirmaram presença, além de diversos artistas de renome nos palcos montados para os shows.
A Polícia Federal, no entanto, garante a segurança de chefes de estado e mesmo a de Lula. "É praticamente impossível chegar no Lula do modo que preparamos a segurança", garante um policial. O medo é de confusão entre a multidão, o que poderia gerar pânico e uma tragédia de grandes proporções.
O assunto ainda não chegou a Lula e somente chegará se for preciso decidir sobre a necessidade de cancelar ou diminuir o evento. Dentro da própria PF há quem defenda a manutenção da programação. "Ter que mudar tudo seria a falência do sistema de segurança", comenta outro policial ouvido pela coluna.