Escrivães e agentes da Polícia Civil denunciam sobrecarga de trabalho e pedem medidas urgentes
Os Policiais Civis da cidade de Cruzeiro do Sul, no Estado do Acre, estão enfrentando uma séria crise de efetivo que afeta diretamente sua capacidade de atender às crescentes demandas da região. Escrivães e Agentes da Polícia Civil que atuam na Delegacia local vêm denunciando a falta de recursos humanos para lidar com o volume de ocorrências, colocando em risco não apenas as condições de trabalho, mas também a saúde mental dos profissionais.
Em 2009, a previsão era de que a Delegacia de Cruzeiro do Sul contasse com 12 escrivães de carreira, mas atualmente apenas 03 escrivães de carreira e 03 Escrivães ad hoc (agentes que desempenham as funções de Escrivão) estão disponíveis para lidar com uma demanda que atingiu níveis insustentáveis. Essa falta de efetivo está tendo sérias repercussões sobre as condições de trabalho e a capacidade de atendimento às ocorrências policiais, tornando-se um problema crônico.
De acordo com levantamento realizado pelos escrivães da região, entre 2021 e 2023 foram registrados mais de 4.000 ocorrências, que incluem roubos, estelionatos, furtos, receptação e apropriação. Além disso, a delegacia acumula mais de 1.600 procedimentos pendentes referentes aos anos de 2015 a 2020 relacionados a esses mesmos crimes. Esses números alarmantes refletem a sobrecarga enfrentada pelos policiais.
Mesmo com a contratação de 09 Escrivães de Polícia em maio de 2023 pelo Governo do Estado, nenhum deles foi designado para atuar em Cruzeiro do Sul. Diante dessa situação, os Escrivães da cidade decidiram adotar a "Operação Padrão," que significa trabalhar estritamente dentro dos limites legais, sem realizar jornadas extras e oitivas sem a presença da autoridade policial.
Diante desse cenário crítico, os policiais civis estão unidos em um apelo urgente para que os candidatos aprovados no Cadastro de Reserva para o cargo de Escrivão sejam convocados imediatamente. O Cadastro de Reservas ainda está em validade até 30 de setembro de 2023, e essa medida é vista como a solução de curto prazo para aliviar a pressão sobre os profissionais e melhorar a segurança da segunda maior cidade do Estado do Acre. A comunidade espera que as autoridades competentes ouçam esse clamor e tomem medidas para garantir a segurança e eficiência dos serviços prestados pela Polícia Civil em Cruzeiro do Sul.