Em Assembleia Geral realizada na noite desta sexta-feira, 10, os médicos deliberaram pela retomada da greve, por tempo indeterminado. A decisão levou em conta a falta de avanços nas negociações por parte da equipe do governo do estado.
De acordo com o Sindicato dos Médicos (Sindmed), a paralisação será reiniciada a partir do dia 30 de junho, oferecendo um prazo final para que os gestores consigam atender todas as demandas.
Dentre os pontos apresentados ao Executivo, os profissionais reivindicam melhores condições de trabalho, concurso público, gratificações devidas, como o pagamento do adicional de insalubridade, mais investimentos na saúde, principalmente no setor de pediatria do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb).
“Os médicos se sentem revoltados ao ver como o governador Gladson Cameli vem tratando a saúde pública estadual. O Sindicato alertou a Sesacre sobre os problemas do setor de pediatria no dia 2 de maio, mas, infelizmente, nada foi feito. O sentimento geral é de revolta e luto diante de tantas mazelas que poderiam ter sido evitadas: primeiro tivemos as vidas perdidas pelo coronavírus e, recentemente, estamos buscando a sobrevivência das crianças contra todas as dificuldades impostas pela falta de investimento na saúde”, afirmou o primeiro-secretário Gilson Lima.
De acordo com o sindicalista, entre a categoria cresce o descontentamento com o governo estadual devido à falta de reconhecimento dos trabalhos que vêm sendo realizados pelos médicos, desde o início da pandemia de Covid-19, e ao descumprimento dos acordos firmados.
“Os colegas estão esgotados, receberam muitas promessas mas, até o momento, o governador não cumpriu a maioria dos acordos celebrados nas reuniões. O sentimento é de completo descrédito, pois havia uma esperança que este governo faria diferença para saúde do estado”, disse Gilson.
O sindicalista explicou que nos próximos dias a classe deve planejar toda a greve, o que deve incluir movimentos alternativos jamais vistos.