O pecuarista José Junqueira Júnior, o Nenê Junqueira, sequer assumiu o cargo de secretário estadual de Produção e Agronegócio e já sente o ambiente da pressão política partidária e de sua classe, o que não o incomoda, diz.
Nesta quinta-feira (18), um dia após o Notícias da Hora informar em primeira mão que ele é o nome do Palácio Rio Branco, por indicação de Márcio Bittar, para assumir a Sepa no lugar do médico veterinário Edvan Maciel, um grupo de produtores e fazendeiros se manifestou contrário, entre eles os pecuaristas Jorge Moura, conhecido por ser pioneiro nas plantações de soja no estado, e Assuero Veronez, presidente da Federação da Agricultura do Acre.
Nenê Junqueira afirmou que entende e respeita a opinião dos colegas e acrescentou que em qualquer lugar, ainda mais em cargo público, existe alternância.
"Jorge Moura é meu amigo, é amigo do meu pai, me conheceu de criança. É uma pessoa que eu sou amigo da família. Temos esse laço. Eu gosto de todos. São pessoas trabalhadoras que venceram na vida trabalhando. O presidente Assuero, eu também respeito a opinião dele, apesar de não concordar, mas eu respeito a opinião dele. É um direito que ele tem de falar. Eu sou do setor. Eu sou a quinta geração de uma família que vem da agricultura, da pecuária."
Nenê Junqueira era filiado ao PSL e pediu desligamento do partido. Também deixou a presidência do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Acre (Sindicarnes). Com experiência no ramo da pecuária, ele tem planos pela busca de novos mercados. Para isso conta com porta aberta em Brasília.
"Tem quase dois anos pela frente e dá pra gente correr atrás para viabilizar muita coisa para o Estado. O senador Márcio vai ser um elo da gente lá em Brasília pra vários projetos que nós vamos encaminhar e pedir o apoio dele, isso é o que nós precisamos. E ele nos ajudando vai ajudar o Estado, vamos gerar emprego, renda. Eu acho que eu posso contribuir muito na nossa agricultura e pecuária para alavancar mais ainda."
Rebelião isolada
Nenê Junqueira afirma que o descontentamento de sua ida para a Sepa não é da classe inteira de pecuaristas, mas de um grupo.
"Não é um pensamento da classe toda, é o pensamento apenas de um grupo da qual eu respeito o que eles quiserem comentar, falar. É um direito que eles têm, mas deixando bem claro: 'não é o sentimento de toda classe. Eu tenho recebido muito apoio, muitas ligações de apoio, muitas pessoas que eu tenho na classe da pecuária e agricultura. Para deixar claro. Eu tenho muita gente que eu tenho amizade e que apoia a gente também."
MDB na base e reeleição de Gladson
– A questão do MDB foi um acordo fechado com o senador Márcio Bittar numa repactuação de governo do qual o MDB veio para base de governo. Estou entrando na secretaria como secretário a convite do governador com indicação com apoio do senador Márcio Bittar e o apoio do MDB. Vou representar o governo do Estado, vou representar o MDB e representar todo setor. Estamos juntos. Somos base do governo Gladson. Nós mudamos e lutamos para ele chegar e nada mais justo do que a gente estar junto com ele. E vamos continuar juntos com ele até na reeleição dele.