Considerado um dos setores prioritários do projeto de governo de Gladson Cameli, o agronegócio no Acre tem, entre os muitos desafios, duas doenças recém-descobertas: a monilíase, causada pelo fungo Moniliophthora roreri, que infecta os frutos em qualquer fase de desenvolvimento e, em condições favoráveis, pode causar perdas de até 100% da produção; e o mormo, que manifesta-se por um corrimento viscoso nas narinas e a presença de nódulos subcutâneos, nas mucosas nasais, nos pulmões, gânglios linfáticos, pneumonia.
A monilíase do cacaueiro foi descoberta em Cruzeiro do Sul em agosto do ano passado e gerou alerta no Ministério da Agricultura. Já o mormo foi detectado em uma égua em uma propriedade de Sena Madureira semana passada.
Ambas as doenças acenderam o alerta e trazem à tona a necessidade da presença do Estado no campo de forma mais efetiva, afirma a comissão dos aprovados no concurso do Idaf (Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal).
A comissão sugere que o Idaf, pela urgência em razão das doenças descobertas, passe a ser um setor com status de serviço essencial e assim os integrantes do cadastro de reserva sejam todos convocados. Seria, segundo a comissão, a única forma de o Estado promover a convocação sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal.
“Pedimos que o Estado aumente a fiscalização e que se faça o uso de barreiras fitossanitárias em todos os municípios para que essas pragas e doenças não se espalhem pelo estado e pelo país. Pedimos aqui que o governador torne o Idaf, um serviço essencial e que por meio de decreto ou outro mecanismo que possa ser votado na Aleac por todos os deputados. Sabemos que a convocação dos aprovados não pode ser feita pois a LRF é um impedimento, mas tornando o Idaf um serviço essencial já tira a LRF com empecilho. A situação do agro nesse momento é delicado e pedimos e lutamos para que o assistencialismo chegue do pequeno ao grande produtor afim de desenvolver cada vez mais o agro e gerando receitas ainda maiores. O governo tem que ver o concurso do Idaf como um investimento, pois não geramos prejuízo ao erário e sim renda com as fiscalizações. Encerramos aqui pedindo uma reunião com o Governador para que se chegue em uma conclusão e que possamos passar a nossa realidade, pois é sempre melhor se antecipar ao problema, pois esses problemas podem ocasionar perdas muito grande tanto ao produtor como ao estado. Concluímos pedindo ajuda do governo do Estado para que os aprovados no concurso possam ajudar a população acreana com fiscalização, segurança e determinação que irá fortalecer ainda mais todos os órgãos do Estado”, argumenta Helenardson Cunha, da comissão do cadastro de reserva do Idaf.
Ao todo, são mais de 700 aprovados no concurso do Idaf, realizado em março de 2020.
Em novembro do ano passado, o governo convocou 64 pessoas: 15 médicos veterinários, nove engenheiros agrônomos e 41 técnicos em defesa agropecuária e florestal.