Quem pensa que a movimentação de pré-campanha deste ano se resumiu apenas a indefinição de Jorge Viana (PT) a que cargo disputaria nestas eleições e o troca-troca de nomes ao cargo de vice-governador na chapa de Gladson Cameli está muito enganado. Os bastidores dos partidos fervilham e as rasteiras, miguelagens e enganações dão o tom do que será a disputa eleitoral de 2022.
Um desses casos foi exposto por meio de uma nota de repúdio escrita e publicada por uma pré-candidata, identificada como Vanessa Facundes, que pretende disputar uma vaga na Assembleia Legislativa do Acre pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), que tem como presidente da sigla no Acre, o delegado de Polícia Civil e ex-secretário de Segurança Pública, Emylson Farias, mas que na realidade é comandado com mãos de ferro pelo deputado estadual e eterno mandachuva, José Luiz Tchê.
Na publicação feita pela pré-candidata, que concorreu ao cargo de vereadora na última eleição municipal, ela foi comunicada por membros da executiva estadual que o seu número (12345), usado por ela em pleito anterior, seria passado ao deputado estadual Pedro Longo, ex-PV e filiado ao PDT desde abril deste ano, e amigo pessoal de Luiz Tchê e Emylson Farias, desde a época que integravam as fileiras da extinta Frente Popular do Acre (FPA).
“Isso demonstra falta de consideração, desrespeito e descaso com minha candidatura feminina. Logo eu que tenho mais tempo de lealdade ao PDT e comprometimento, sendo presidente da AMT no Estado do Acre. Disputei a eleição em 2020, ainda com um bebê de apenas 6 meses. Nunca tive recursos para campanha, tampouco estrutura adequada. Mas sempre buscando ajudar o PDT”, desabafou a pré-candidata.
Vanessa escreveu ainda que acredita que sua candidatura, com a rasteira que lhe aplicaram, “será deslegitimada até mesmo dentro do meu próprio partido, onde ao invés de incentivarem e valorizarem mulheres na política, fazem um forte movimento para suprimir e enfraquecer minha candidatura retirando meu número, sem dar sequer a oportunidade de decidirmos por sorteio!”.
Por fim a pré-candidata afirmou que já comunicou a executiva nacional do PDT e foi orientada por eles a adotas as medidas cabíveis, entre elas, o acionamento os meios jurídicos pertinentes ao caso.
Veja na íntegra a nota escrita pela pré-candidata
Nota de repúdio
Venho por meio desta nota relatar o meu completo desapontamento com o partido (PDT), especificamente a executiva, que me comunicou agora pouco que irá dar o meu número (12345) para o Deputado Pedro Longo e com o próprio Deputado, tendo em vista a possibilidade de retirarem o número que usei na eleição passada para vereadora (12345).
Isso demonstra falta de consideração, desrespeito e descaso com minha candidatura feminina. Logo eu que tenho mais tempo de lealdade ao PDT e comprometimento, sendo presidente da AMT no Estado do Acre. Disputei a eleição em 2020, ainda com um bebê de apenas 6 meses. Nunca tive recursos para campanha, tampouco estrutura adequada. Mas sempre buscando ajudar o PDT.
A campanha que eu idealizei, acredito e tenho pessoas que acreditam comigo será deslegitimada até mesmo dentro do meu próprio partido, onde ao invés de incentivarem e valorizarem mulheres na política, fazem um forte movimento para suprimir e enfraquecer minha candidatura retirando meu número, sem dar sequer a oportunidade de decidirmos por sorteio!
Vocês estão descumprimento duas resoluções! A primeira é a de dar o número pra pessoa antes da convenção, e a segunda é de não levar pra sorteio o que deveria ser levado!
Comunico que a Nacional através da minha líder regional Marli Mendonça já está sabendo do ocorrido e já me orientou a acionar juridicamente os meios cabíveis!