O estado do Acre, com mais de 100 história, é um dos lugares onde mais se ressente de uma representação proativa e consequente. Apesar das riquezas existentes neste maravilhoso local, todas elas seguem ainda subexploradas.
Possuímos uma localização estratégica quando se trata de exportações e podemos atrair inúmeros investimentos como, por exemplo, o desenvolvimento de polos de tecnologia e pesquisa farmacêutica, cosmética e alimentícia, dentre outras tipologias produtivas que podem se adequar plenamente às potencialidades regionais.
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), podemos aumentar em 21 vezes o faturamento da nossa produção em áreas já desmatadas. Por causa disso, o Acre perde 5 bilhões de reais todo ano. Segundo a Federação da Agricultura do Acre (Faeac), apenas 10 % dos produtores do Estado contam com assistência técnica. “A nossa meta é elevar esse percentual para pelo menos 80%nos próximos seis anos'', afirmou o pré-candidato ao Senado pelo Agir, Dimas Sandas, de 40 anos.
Para isso se efetivar, ainda segundo Sandas, é preciso existir uma política agrícola de estado, com assistência técnica continuada, o melhoramento de ramais, o acesso à energia convencional e à solar, internet via satélite, serviços de saúde e educação, além da abertura de linhas de crédito para aquisição de equipamento agrícolas.
A infância e juventude do nosso personagem foram marcadas por três referenciais: o trabalho, o estudo e o ativismo social. Mesmo com as adversidades de alguém que morou na zona rural e na periferia de Rio Branco, cidade onde nasceu, optou por ser um homem de bem, lutando por justiça social, formando um discurso que mistura empreendedorismo, o protagonismo da sociedade civil organizada e um possível estado do bem estar social. A inquietude e o desejo de transformar a sociedade também marcaram a sua personalidade.
É nesse contexto que Dimas Sandas se constrói e reconstrói, cultivando a “aquiryanidade” e fincando a sua identidade cabocla, amazônida, que o deixa totalmente mimetizado às peculiaridades da nossa região e da nossa gente.
Apesar da classe política estar desacreditada, ele disse que vai se diferenciar dos demais concorrentes, não poder ser o melhor, mas por acreditar e defender uma proposta econômica que, se efetivada, pode tirar o Acre do subdesenvolvimento em apenas oito anos. Veja os principais trechos da entrevista:
Notícias da Hora – Quais são as tuas origens? Conte um pouco da tua trajetória
Dimas Sandas – Eu nasci aqui na capital. Sou filho de um pedreiro com uma dona de casa. Morei no Ramal Oco do Mundo e, porque precisava estudar, vim para o bairro Tancredo Neves. Nesse período, com17 anos, comecei a minha militância social. Encontrei-me com algumas pessoas lá da Baixada da Sobral, ligados ao Matias, e aprendi muitas coisas com eles. Todos, naquele momento, eram ligados ao PT. Eu integrei um projeto chamado ‘Agente Jovem’, criado no primeiro governo da Frente Popular, onde, entre outras coisas, trabalhamos oficinas educativas com foco na prevenção ao uso de drogas, combate à violência, prevenção às DSTs, liderança juvenil, etc. Em seguida, no Tancredo Neves, eu fundei, com alguns amigos, uma Organização Não Governamental (ONG) chamada Jovem AGE, que tinha como propósito as mesmas ações do pessoal da Baixada. Formamos um grupo com mais de setenta jovens. E foram aqueles trabalhos (durou cerca de sete anos) que fizeram o então prefeito Angelim me convidar para fazer parte da equipe dele. Eu trabalhava na coordenação da juventude, mas continuava ligado ao movimento comunitário. Foi com esse dinheiro que eu ganhei que pude pagar uma faculdade. Depois pintou uma vaga de socioeducador, na Secias (Secretaria de Ação Social). Isso fez com que, tempos depois, eu me tornasse diretor-presidente do ISE (Instituto Socioeducativo). Depois, eu fui para a secretaria de Direitos Humanos e Planejamento. Ah, eu ainda fui secretário estadual de juventude do PT por dois mandatos consecutivos.
“A minha luta sempre será pelos que não tem, pelos que não podem, pelos que não sabem e pelos que não são”
Notícias da Hora – Por que você saiu do PT?
Dimas Sandas – Eu fiquei até o final do primeiro governo do Tião Viana. Existiam tantos conflitos que eu preferi sair. Montei um negócio e seguir a minha vida. Muitas pessoas não aceitavam que eu, que não era de família tradicional nem apadrinhado de ninguém, ocupasse tantos espaços importantes no governo. Isso me chateava bastante porque tudo sempre foi conquistado com muito trabalho e estudo. Depois começaram os escândalos de corrupção e eu rompi definitivamente. O PT mudou e eu não queria mudar. Notícias da Hora – E aí começou uma nova era, novas companhias, concepções e práticas políticas? Dimas Sandas – Em 2016, eu fui convidado para coordenar a campanha de prefeito da Rede. Nós saímos do zero para 17 mil votos em 45 dias. Já em 2018, fui convidado para coordenar a campanha ao governo do David Hall. Eu decidi que tinha que estudar mais para um desafio futuro. Comecei, também, a viajar o Brasil em busca de novas experiências. Percorri sete mil quilômetros de carro. Fiquei sete meses em Rondônia, oito meses no Mato Grosso e depois um pequeno período em Goiás e Brasília. Eu queria conhecer o agronegócio. Rondônia, por exemplo, tem um PIB três vezes maior que o nosso e muitas coisas positivas que podem ser copiadas aqui no Acre. A minha visão econômica se ampliou.
Notícias da Hora - Por que você quer ser senador?
Dimas Sandas – A gente tem uma coisa chamada missão. Eu me preparei e estudo todo dia. Eu pretendo fazer uma campanha limpa, com propostas e estadista. Nós estamos precisando de estadistas. Não é apenas uma vocação política, mas é ter, sobretudo, um referencial da vida coletiva. É pensar e sonhar com uma sociedade economicamente próspera e socialmente mais justa. A minha luta sempre será pelos que não tem, pelos que não podem, pelos que não sabem e pelos que não são. Nós temos um projeto de desenvolvimento econômico, que se chama “Acre Cinquenta Anos em Oito ``. As inspirações vêm do Plano de Metas do presidente JK, na década de 50.
“Eu quero um estado grande, forte e próspero” “O Acre precisa de estadistas”
Notícias da Hora – Explique-o, por favor
Dimas Sandas – JK foi o presidente que pensou um Brasil para todos os brasileiros, que construiu Brasília, que pensou a interiorização do processo de desenvolvimento do país, entre tantas outras marcas importantes. Eu também penso em um Acre grande, forte e próspero. Penso o Acre daqui há cinco, 10, 15, 20 anos. Os grandes políticos conseguem ver o futuro de certa forma e mobilizar a sociedade, apontando rumos. As pessoas precisam disso.
Notícias da Hora – Qual é a sua principal proposta?
Dimas Sandas – A Embrapa e a Faeac têm estudos técnico-científicos afirmando que o Acre possui 330 hectares de mil hectares desmatados, ou seja, temos 87% do nosso território preservado. A nossa área de cultivo é cerca de10% (330 mil hectares). Pesquisas mostram que, se implantarmos o sistema consorciado de lavoura e pecuária, não precisamos derrubar uma única árvore porque intensificaremos a produção nessas áreas de cultivo. O faturamento em um hectare, hoje, é de R $700 reais. Com a integração lavoura e pecuária, daremos um salto para R $16 mil por ano. Nós nem estamos fazendo o cálculo com o fator floresta (madeira), que pode perfeitamente ser integrado. Esse modelo nem é o de Rondônia ou Mato Grosso nem da Frente Popular. Nós temos potencial para crescer21 vezes. Isso daria um rendimento anual de mais de R $5 bilhões de reais.
Notícias da Hora – O que você pretende fazer para ganhar as mentes e os corações dos eleitores?
Dimas Sandas – Tem uma coisa mais importante do que isto aqui: “o governo vai ajudar você colocar dinheiro no seu bolso?” Caso Deus permita, nós vamos melhorar a economia e vida das pessoas, gerando empregos, oportunidades, levando serviços essenciais de estado. Podemos e seremos um povo próspero e feliz.