A presidente da Associação Comercial, Industrial, de Serviço e Agrícola do Acre (ACISA), Patrícia Dossa, manifestou-se contrária à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca reduzir a carga horária semanal de trabalho de 44 para 36 horas, eliminando o sistema de escala 6x1. O posicionamento em relação ao tema foi debatido na tarde desta segunda-feira, 18, no programa Gazeta Entrevista, apresentado pelo jornalista Astério Moreira.
Dossa alertou que a mudança poderá trazer prejuízos significativos para o comércio e setores que operam de forma contínua. “O maior prejudicado vai ser o comércio. Se vamos dar mais folga para os funcionários atuais, teremos que contratar mais. Isso pode até gerar empregos, mas o empresário terá custos maiores. Em algum momento, a bomba vai estourar”, afirmou.
Patrícia destacou que a medida pode resultar em custos extras para os empresários, que precisariam contratar mais trabalhadores para cobrir as horas reduzidas, ou até mesmo em uma redução salarial para equilibrar as contas. Ela também criticou o excesso de feriados e pontos facultativos no Acre, que, segundo ela, prejudicam a economia local ao impulsionar gastos em outros estados.
“Aqui, se tem feriado na quinta, emenda com a sexta. O comércio para, e todo mundo vai para outra cidade, como Porto Velho, gastar no shopping. Isso enfraquece a economia local”, completou a presidente da ACISA.
A proposta de redução da jornada de trabalho está em tramitação no Congresso Nacional e já conta com apoio suficiente para avançar nas discussões. Defensores da PEC argumentam que a medida melhoraria a saúde mental dos trabalhadores e aumentaria a qualidade de vida. No entanto, setores como o comércio e a indústria vêm demonstrando preocupação com os possíveis impactos econômicos da medida.