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POLÍTICA

Presidente do Sinteac acusa governo do Acre de ingratidão com a Educação e cobra cumprimento de promessas

Presidente do Sinteac acusa governo do Acre de ingratidão com a Educação e cobra cumprimento de promessas

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), Rosana Nascimento, fez duras críticas ao governador Gladson Cameli, acusando-o de ser “ingrato com a Educação” e de ter virado as costas para os profissionais que, segundo ela, foram essenciais em sua eleição.

Em nota pública, o Sinteac manifestou repúdio à política de desvalorização da categoria e denunciou o que classificou como “desprezo institucional” do governo estadual. O principal ponto de contestação é o não cumprimento da promessa feita pelo governador de devolver os 10% retirados da tabela de referência salarial dos servidores da Educação em 2022.

“Ao reduzir a nossa referência salarial, o governador destruiu a carreira dos profissionais da Educação. Disse que devolveria esse valor em janeiro do ano seguinte. Já se passaram três anos e nada foi feito”, afirmou Nascimento.

O sindicato lembra ainda que a promessa mais recente previa a reposição em maio de 2025, caso o Estado estivesse dentro do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). No entanto, conforme relatório publicado em 30 de maio, o limite de gastos com pessoal aumentou, frustrando mais uma vez a categoria.

Segundo Rosana, a situação torna-se ainda mais grave diante do apoio maciço que os educadores deram a Cameli nas urnas. “Mesmo assim, o governo não se esforçou para cumprir a LRF. Continuou contratando e aumentando os gastos com outras áreas. E quem paga a conta? Os trabalhadores da Educação”, questiona.

O sindicato também critica a falta de isonomia no tratamento dado às diferentes categorias do funcionalismo público. Enquanto outros setores têm conseguido reajustes salariais e antecipações de pagamento, os servidores da Educação enfrentam, segundo o Sinteac, “salários defasados, cortes e condições de trabalho degradantes”.

Para o Sinteac, o governo dispõe de meios financeiros para corrigir as perdas da categoria, mas falta vontade política. Como exemplo, o sindicato cita o recente contrato renovado com o Banco do Brasil, que vai repassar R$ 152 milhões ao governo estadual como contrapartida pelos serviços de processamento da folha de pagamento e arrecadação. Desse total, R$ 120 milhões serão pagos até setembro de 2025.

“Esses recursos poderiam, sim, ser usados para devolver os 10% da nossa referência salarial, criar um auxílio saúde, reajustar o auxílio alimentação e garantir o reajuste de 6,27% retroativo a janeiro. Solução existe. Proposta também. Falta apenas vontade política de Gladson Cameli para fazer justiça com a Educação”, afirma a sindicalista.

O Sinteac defende que o governo envie imediatamente um Projeto de Lei à Assembleia Legislativa com essas medidas, prevendo o início da devolução da tabela de referência já em setembro, com conclusão em 2026 — antes do prazo legal que proíbe reajustes em ano eleitoral.

Por fim, a presidente do Sinteac convoca os trabalhadores da Educação a se manterem mobilizados para garantir que seus direitos sejam respeitados. “Ainda é possível recuperar o que foi perdido. Basta união da categoria e disposição do governo para corrigir essa injustiça histórica.”

Até o fechamento desta reportagem, o governo do Estado não havia se manifestado sobre as declarações do Sinteac.