O procurador de Justiça do Ministério Público Estadual e coordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Consumidor, Carlos Maia, disse que as chamadas bets, as apostas online, apesar de autorizadas pelo Ministério da Fazenda, têm causado desequilíbrio na economia e na sociedade. Ele as comparou às pirâmides financeiras, como era o caso da Telexfree e de outras plataformas que trouxeram desequilíbrio financeiro.
“Questão de saúde. Isso é muito grave porque causa transtornos psicológicos muito intensos, inclusive com casos de depressões severas até mesmo chegando a um resultado fatal como é o suicídio. Isso se parece muito com àquelas pirâmides que se tinham antigamente. E isso nos leva a uma outra situação: atinge o comércio local porque a partir do momento em que você tem um cidadão que direciona parte do seu rendimento para apostas, ele deixa de consumir, de prover a sua família”, disse o procurador.
Ao participar da audiência pública na Aleac (Assembleia Legislativa do Acre) hoje (7/11), proposta pelo deputado estadual Pedro Longo (PDT), Carlos Maia afirmou que os impactos na economia local são sentidos, gerando desemprego no terceiro setor, o Comércio.
“E o terceiro setor, que é o setor do Comércio, ele proporciona a nós muitos empregos. Muitos. E isso está trazendo uma situação bem perniciosa para este setor, porque a partir do momento que não se está gerando receita, os empregos também desaparecem”, lamentou.
Ao final, Carlos Maia disse que uma das saídas é educar a população a respeito das apostas online. Ele conclamou aos órgãos como o Procon/AC, Assembleia Legislativa do Acre, Ministério Público Estadual e demais órgãos do governo do Estado a realizem campanhas educativas. “Isso é do interesse de todos: incentivo ao jogo responsável”, disse ao defender também uma política pública de apoio psicológico e de acompanhamento de jogadores compulsivos.