O procurador-geral do Ministério Público do Federal (MPF), Lucas Costa, rebateu a fala do deputado Zezinho Barbary (PP), que afirmou que se for preciso pegará novamente em foices e enxadas para promover a abertura do ramal ligando Porto Walter a Cruzeiro do Sul. Para o procurador, não é desrespeitando uma decisão judicial que vai se alcançar o objetivo. Na visão dele, é preciso um estudo de impacto ambiental.
“O deputado Zezinho Barbary até mencionou agora: ‘a gente vai continuar lutando, se for para usar foice a gente vai abrir ramal’. Mas de novo eu vejo a mesma atitude que levou o Ministério Público Federal a ajuizar uma ação civil pública: o descumprimento de decisões de órgãos fiscalizadores. Se o Poder Judiciário determinou a suspensão de uma estrada, depois de todo um longo período, essa estrada tem que ser suspensa. É possível a gente conversar? Sim, é possível. Mas, não é possível derrubar decisão de desembargadora com foice”, disse.
E acrescentou: “eu vim aqui expor com transparência a atuação do Ministério Público Federal neste caso. O que a gente pode fazer? Hoje eu estou ciente que estamos num cenário caótico. A gente tem o início da abertura de uma estrada que foi aberta ilegalmente. Quem está dizendo que essa estrada foi aberta ilegalmente, não sou eu. Foi a desembargadora no Tribunal Regional Federal e essa decisão foi confirmada pela juíza federal de Cruzeiro do Sul e conta com o apoio do Ministério Público Estadual”.
“Tem que fazer um estudo de impacto ambiental. Vai passar dentro da terra indígena, não vai passar dentro da terra indígena. O indígena vai ganhar uma escola... depois disso, o órgão federal vai dizer se vai passar por aqui. Não vai passar... A gente precisa resolver esse problema. Infelizmente, no estado democrático de direito é assim que funciona”.