A principal demanda apresentada durante a audiência pública Economia e Sociedade, realizada em Cruzeiro do Sul, pela Assembleia Legislativa do Acre, nesta sexta-feira (13), foi a falta de alternativas para se evitar o uso do fogo para a limpeza dos roçados.
O produtor rural, João Miranda, da Associação do Ramal João Cambão, disse que é preciso avançar com os programas de preparado do solo, como a destoca e a aragem das áreas.
“O desmate, meus irmãos. Como poderia acabar com o desmate? É se vocês comprassem trator, arado, adubo para nós destocar as nossas terras, nós não queimaríamos. Eu sei mais que certas pessoas. A mucuna é um adubo muito eficiente”, disse o produtor.
Já Sebastião José, da Cooperfarinha, disse que é preciso uma política pública voltada para a produção da farinha. Segundo ele, o preço do produto hoje está “prostituído”. “Quem sabe o que estamos precisando somos nós. Eu quero falar com especialidade na farinha, ela apareceu no gráfico com 42% de crescimento. Mas se não tiver uma política voltada para a mandiocultura, ela pode cair no Juruá e de preço também”.
“Quem dá o preço do nosso produto somos nós, somos nós que produzimos, a nossa família e não seu bonitão que chega e diz que só vai pagar esse preço. Muita das vezes a gente deixa de valorizar o que é da gente”, disse Sebastião José ao falar do selo do Indicação Geográfica do Vale do Juruá destinado à farinha.