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POLÍTICA

Professor ironiza sugestão de presidente da Academia Acreana de Letras sobre "conselho de notáveis" para ajudar Gladson; "Nos respeite", pede presidente da AAL

O professor Sérgio Santos, da Universidade Federal do Acre, ironizou, por meio de uma publicação em sua página no Facebook, a sugestão feita pela presidente da Academia Acreana de Letras (AAL), Luiza Kalberg, ao governador Gladson Cameli, de criar um "conselho de notáveis" para assessorar o Palácio Rio Branco no atual contexto de crise econômica, administrativa e social.

"A Academia, em mais de 70 anos de existência, nunca fez nada pela Educação ou pela cultura do Acre, agora quer formar um conselho de notáveis. Eu fico incrível com uma coisa dessa. Notáveis? Individualmente, seus membros podem significar muito, porque foram ou são profissionais atuantes, mas enquanto membros da AAL, desculpem-me, não são nada", publicou o professor Sérgio ao compartilhar reportagem do jornal eletrônico Notícias da Hora.

A resposta da presidente da AAL ao professor, também no espaço virtual, foi quase que imediato. Luiza Kalberg chegou a lembrar, em um texto relativamente extenso, que foi professora e contribuiu com a formação de Sérgio Santos, e pede respeito.

Ela também afirma que qualquer eventual desmando na entidade de gestões anteriores não são de sua responsabilidade e que a entidade tem grande colaboração com a sociedade e instituições acreanas.

Abaixo parte do texto da presidente da Academia de Letras:

"Venho, em nome da Academia Acreana de Letras, dizer que não somos responsáveis pelo passado da instituição e que, para a nossa gestão, não foi repassado recurso financeiro nenhum, inclusive recebemos a Academia sem sede própria. Diz um adágio libanês: “pobreza não é delito, desde que haja nobreza de alma”. Creio que este postulado retrata bem a situação da AAL. Vês? Nós trabalhamos por amor às letras e não temos atribuição de Secretaria de Estado. Somos uma instituição, sem fins lucrativos, que tem por lema o Culto ao idioma pátrio e à literatura de expressão portuguesa. E mesmo não tendo as atribuições referidas alhures, na atual gestão, membros da AAL já atenderam, aproximadamente, 10.000 alunos das escolas públicas do Acre, em saraus, oficinas e rodas de poesia. Temos atividades acadêmicas e culturais toda segunda sexta-feira de cada mês no Centro cultural do TJAC, nas quais nunca vimos sua presença. Também temos bons livros, inclusive, publicados em 2019. Também temos na Academia dos Poetas Acreanos, mensalmente, as rodas de poesia, com participação de alunos e professores. Temos um trabalho com os escritores e poetas do Acre, em revisões, resenhas, prefácios, estudos literários, apresentação de livros etc. Cada imortal sabe o muito que fez e responde por seus trabalhos. E o senhor publicou quantas? Traga suas obras para a Diretoria da AAL para que possamos analisá-las. Minha pessoa, por exemplo, uso publicar, a cada 3 meses, um artigo científico em Revistas indexadas. Escrevo, semanalmente, para três jornais, sobre temas educacionais e participo de dois programas semanais na CBN. Tenho textos nos livros didáticos da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, na Editora FTD, Moderna, dentre outras. Nós da AAL defendemos o gentílico acrEano, o qual o senhor tanto criticou, que resguarda a tradição e a cultura regional há 137 anos. Agora, essa ironia sua, sempre contra a AAL, sendo um professor da Universidade Federal do Acre, um educador, soa muito mal. Há, no seu pôster, pessoas que dão gargalhadas de onomatopeias, numa demonstração de insulto gratuito, pouca educação e respeito às pessoas pacíficas. Estes senhores que debocham da AAL são professores com comportamento de educadores? Se são, dão amostra de que os títulos não lhes conferiram respeito e educação. Não existe outra via para a solidariedade humana senão o respeito pela dignidade individual. Nós, da AAL, somos diferentes do senhor e dos que dão risadas no seu pôster, prova é que já aguentamos seus achincalhamentos gratuitos por mais de uma vez, sem saber o motivo da sua enorme despeita. Professor Sérgio, nós da AAL temos contribuído e vamos contribuir, sempre, para a grandeza de nosso torrão natal. Se desejamos ajudar o Governador? – SIM! O Acre é nosso e não de ideologias políticas. Onde está a sua dúvida se somos pessoas notáveis? Veja nossos Lattes, nossas ações, nosso respeito comunitário, nosso trabalho educacional, literário e cultural. Não vivemos de críticas debochadas e sim de construção, sempre em busca de uma sociedade mais humana e respeitosa aos diretos individuais, sobretudo. Não fazemos postagens usando palavrões, nem com o corpo desnudo, ou dizendo que as pessoas “não são nada" porque primamos pelo respeito e pela ética e sabemos que segundo a antropologia não existe pessoa sem cultura porque toda pessoa está inserida em uma cultura. Para nosso entendimento, a EDUCAÇÂO é o grande pilar da sociedade. Os maiores impérios não são feitos de cimento ou dinheiro, mas de trabalho ético e respeito. Para finalizar, advirto: o espaço do Facebook não está além das leis e do comportamento ético e a agressão gratuita às pessoas e instituições pode ensejar queixa crime por injuria, danos morais etc. Prof. Sérgio Santos, Educar é possibilitar o humano por meio do diálogo. A experiência primeira do humano é com o outro, o que não se avista no seu infeliz pôster, onde levou seu comentário para outro lugar e não onde tudo se originou, justamente para fazer chacota com a mais nobre instituição literária e cultural do Acre, nos seus 82 anos.. Por isso, ainda, entendo que as relações intersubjetivas deverão ser, sempre, educativas Prof. Sergio Santos. É mediante a nossa coexistência que é possível instaurar o humano. Mas, no caso específico de sua postagem, estamos tratando da educação formal, escolar, que certamente foi falha. “Reflita sobre as afirmações ao dizer que os membros da AAL ‘não são nada” e, em especial, nos respeite!