..::data e hora::.. 00:00:00
gif banner de site 2565x200px

POLÍTICA

Proposta de vereador de Joinville contra migrantes do Norte e Nordeste gera indignação no Acre: “População empurrada por Estados mal administrados”

Proposta de vereador de Joinville contra migrantes do Norte e Nordeste gera indignação no Acre: “População empurrada por Estados mal administrados”

A proposta polêmica do vereador Mateus Batista (União Brasil), de Joinville (SC), que busca restringir a migração de pessoas vindas do Norte e Nordeste, provocou forte reação em diversos Estados da região — incluindo o Acre. A iniciativa, considerada discriminatória, reacendeu o debate sobre preconceito regional e xenofobia institucional.

Durante sessão na Câmara Municipal, realizada no segunda-feira, 25, Batista defendeu um projeto de lei que exigiria comprovação de residência em até 14 dias para novos moradores de Joinville, sob pena de não poderem permanecer legalmente na cidade. Em suas redes sociais, o parlamentar — ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL) — afirmou que, sem controle migratório, “Santa Catarina vai virar um grande favelão”.

O parlamentar justificou a proposta com base no pacto federativo, alegando que Santa Catarina “paga a conta duas vezes”: contribui com a arrecadação federal e ainda precisa lidar com o que chamou de “população empurrada por estados mal administrados”. Em discurso, atacou diretamente o Pará, dizendo que “o Estado é um lixo” e que Belém teria “57% da população favelizada”.

As falas de Batista repercutiram imediatamente nas redes sociais, gerando indignação entre nortistas e nordestinos. No Acre, políticos, lideranças sociais e cidadãos repudiaram o conteúdo das declarações, classificando-as como ofensivas e preconceituosas.

Representantes de movimentos sociais no Estado destacaram que migrar em busca de melhores condições de vida é um direito constitucional, e que o discurso do vereador reforça estigmas históricos contra populações do Norte e Nordeste.

Além da reação popular, parlamentares de diferentes regiões se manifestaram contra a proposta, incluindo críticas à tentativa de associar migração a desordem social. A proposta também recebeu apoio do deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), que defendeu o projeto como uma forma de “quebrar um pacto federativo injusto”.