..::data e hora::.. 00:00:00
gif banner de site 2565x200px

POLÍTICA

“Quem dá mais?” Leilão da Peixes da Amazônia chega à última chamada com desvalorização e pouca procura

“Quem dá mais?” Leilão da Peixes da Amazônia chega à última chamada com desvalorização e pouca procura

O complexo industrial da Peixes da Amazônia, em Senador Guiomard, enfrenta sua última oportunidade de ser arrematado em leilão público, após duas tentativas fracassadas. A terceira e última chamada está marcada para a próxima quinta-feira, 15, com um lance mínimo fixado em R$ 15,2 milhões — uma redução significativa em relação ao valor inicial, que superava os R$ 19 milhões.

Até o momento, apenas dois empresários demonstraram interesse em participar da disputa, conduzida pela empresa Dionizia Leilões, sediada no Distrito Federal. Nenhum deles, no entanto, formalizou proposta nas etapas anteriores.

Apesar da possibilidade de parcelamento do valor em até 12 vezes, o arrematante deverá desembolsar, no ato do lance, 50% do valor, o que representa um pagamento imediato de R$ 8,5 milhões. A visitação ao complexo pode ser feita mediante agendamento com o administrador judicial, e os lances são realizados exclusivamente pela internet, por meio do site
www.deonizialeiloes.com.br.

Estrutura sucateada afasta investidores

O desinteresse de potenciais compradores tem explicação: o complexo industrial encontra-se em estado de abandono e degradação. Equipamentos essenciais, como o maquinário da fábrica de ração, os laboratórios de alevinos e as câmaras frigoríficas, estão sucateados ou danificados. Nos últimos cinco anos, o local tem sido alvo de saques e vandalismo, reflexo da ausência de vigilância e manutenção adequada.

"Na época da construção, investir em um empreendimento desse porte exigiu cerca de R$ 115 milhões. O dólar era cotado a R$ 1,60. Hoje, esse valor seria muito maior, com a moeda americana ultrapassando R$ 5,35 no câmbio paralelo", explicou Inácio Moreira, ex-presidente da Agência de Negócios do Acre (ANAC), ressaltando a defasagem do valor atual de venda.

Segundo Moreira, somente o terreno de 67 hectares onde está localizado o complexo pode valer aproximadamente R$ 5 milhões. Curiosamente, um imóvel vizinho está sendo ofertado por R$ 13 milhões.

Caso não haja lances na próxima quinta-feira, o futuro da estrutura da Peixes da Amazônia permanece incerto — um projeto que já foi símbolo de desenvolvimento no setor aquícola do Acre, mas hoje representa um retrato do abandono e da má gestão de recursos públicos e privados.