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POLÍTICA

“Quero ser a voz do povo e do setor produtivo”, diz pré-candidato

“Quero ser a voz do povo e do setor produtivo”, diz pré-candidato

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), podemos aumentar em 20 vezes o faturamento da nossa produção em áreas já desmatadas. Por causa disso, o Acre perde 5 bilhões de reais todo ano. Segundo a Federação da Agricultura do Acre (Faeac), apenas 10% dos produtores do Estado contam com assistência técnica. “É possível elevar esse percentual para pelo menos 50% nos próximos quatro anos'', afirmou o pré-candidato a deputado estadual, Paulo Ximenes, de 45 anos.

Para isso se efetivar, ainda segundo ele, é preciso existir uma imediata regularização fundiária, acompanhada por uma política agrícola de estado, com assistência técnica continuada, melhoramento de ramais, acesso à energia convencional e à solar, internet via satélite, serviços de saúde e educação, além da abertura de linhas de crédito para o financiamento da produção e aquisição de equipamento agrícolas.

O Brasil rivaliza com os EUA para ser o maior produtor de alimentos do mundo. O Acre é o único ente federado que ainda não entendeu o quanto esse setor é estratégico. Saímos do combalido extrativismo para o nada. O saudoso economista e professor Celso Furtado defendia que a agricultura chegasse aos rincões para desenvolvê-los. Somos o estado mais ocidental da nação e a última fronteira agrícola.

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Óbvio que o mestre desenvolveu uma bem-definida cadeia produtiva, chamando-a de autodesenvolvimento ou agroindustrialização. “Cerca de 85% dos nossos produtores rurais são pequenos e médios. Sem uma regularização fundiária e financiamentos não haverá empreendedorismo no setor”, explica Ximenes, para quem o Acre tem recursos naturais únicos e excelente localização estratégica. “Precisamos industrializar produtos como a madeira, a castanha, o abacaxi, o açaí, o cupuaçu, a mandioca, a banana e o café”, exemplificou.

Técnico agropecuário e formado em Perícia Agrária pela Universidade Estadual Paulista, a Unesp, o nosso personagem morou na Vila Campinas, trabalhando no Projeto Lumiar, executado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). “Ao lado de outros profissionais, das mais variadas áreas, trabalhei como perito agrário no assentamento Cumaru. Incentivávamos os agricultores a aumentar e a diversificar a produção”, relembrou Ximenes. “Depois disso, trabalhei para a Justiça Federal como perito ad hoc”.

A reportagem o procurou para saber sobre a sua pré-candidatura, bem como as causas que o levaram a romper com o governador Gladson Cameli, além de sua adesão à campanha do senador Sérgio Petecão. Vejam a entrevista:

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Notícias da Hora – Conte-nos um pouco da sua história

Ximenes – Meu nome é Paulo Jean da Silva Ximenes, nasci na cidade de Tarauacá, mas fui criado às margens do Rio Muru. Estudei o primário na Escola João Ribeiro e depois no Colégio Plácido de Castro. Depois de concluir o segundo grau, fui selecionado para estudar em Presidente Prudente (SP), onde me formei em técnico agropecuário. De lá foi um pulo para me formar em Perícia Agrária pela Unesp. Voltei à terrinha, fui trabalhar no Incra e prestei serviços para a Justiça Federal. Ah, eu também fiz as faculdades de Direito e Filosofia.

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Notícias da Hora – E como o senhor entrou para a política partidária?

Ximenes – Foi ainda na década de 90, quando me filiei ao PSDB, e militei no setor jovem. Eu coordenei um movimento que tinha mais de 80 jovens. Eu ainda integrei a ala que rompeu com o PT no início do governo. A convite do Osmir Lima e Alércio Dias, fui para o PFL e me tornei presidente do diretório municipal. Foi quando montamos o então MDA, participando ativamente como dirigente partidário. Depois voltei a estudar e trabalhar na minha área. Também ocupei o cargo de secretário-geral, período em que reelegemos o deputado Alan Rick. Depois que o governador demitiu o Rapahel Bastos da Seplag, tirando o cargo do partido, eu não encontrei mais clima para permanecer no DEM.

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Notícias da Hora – O senhor está filiado ao PSD e será candidato a deputado estadual. Por quê?

Ximenes – Eu proponho uma reforma agrária urgente, com um trabalho de documentação, uma vez que a maioria das propriedades são apenas posses. Trata-se de uma desapropriação que precisa ser feita pelo Iteracre (Instituto de Terras do Acre). Os financiamentos não acontecem porque essas terras não estão documentadas. Os grandes seringais se tornaram pequenas posses. Esse é o maior gargalo e, por causa disso, embora existam recursos, os bancos não liberam os financiamentos. Além disso, falta assistência técnica e outros incentivos por parte do governo. Os agricultores não precisam de bolsa família. Precisam de apoio e financiamento. No Paraná, cada propriedade possui cinco técnicos agrícolas. Rondônia, três ou quatro desses profissionais. A falta de informações, inclusive, levou a essa quantidade excessiva de multas. As oportunidades estão no campo, ou seja, o empreendedorismo precisa acontecer lá. Na cidade é mais difícil arranjar empregos ou postos de trabalho. Campo rico, cidade rica, campo pobre, cidade miserável. Eu quero ser a voz do setor do produtivo.

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Notícias da Hora – O senhor tem outras propostas?

Ximenes – Eu vou contar um pouco da minha história, que é de superação através dos estudos. Nenhuma nação se desenvolveu sem investir maciçamente em educação. As pessoas precisam de oportunidades, em todos os aspectos. Filho de pobre só vence na vida estudando. A educação, principalmente a profissional, será uma das prioridades do meu futuro mandato. Também irei lutar por creches, que são de extrema importância para os pais trabalhadores. Os jovens precisam de estudo e trabalho para não serem tragados para o mundo da violência e do consumo de drogas. No tocante aos presídios, precisamos levar cursos técnicos e as universidades para lá. Preso qualificado e trabalhando dá lucro. É preciso abrir portas e dar dignidades para a população carcerária.

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Notícias da Hora – O que falta no governo do Gladson? Por que rompeu com ele?

Ximenes – Falta integração entre os secretários e compromisso com a população. A gestão está no fim e a realidade acreana continua a mesma, ou seja, subdesenvolvimento, pobreza, violência, abandono do campo, desmandos e denúncias de corrupção. Nós ganhamos as eleições com várias forças políticas, as quais foram descartadas pelo Gladson, que preferiu nomear petistas e os amigos dele. Isso causou um enorme mal-estar porque passamos vinte anos combatendo o petismo. O que no passado era uma esperança hoje é um desastre.

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Notícias da Hora – Por que optou em apoiar as candidaturas de Sérgio Petecão e Vanda Milani?

Ximenes – O Petecão é leal aos que lutam com ele. Além disso, é aberto ao diálogo e está montando um projeto coletivo. Sem contar que é habilidoso e notadamente popular. A doutora Vanda Milani é uma mulher de coração grande. É uma parlamentar atuante e comprometida com a nossa gente.

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