Os 17 vereadores de Rio Branco, chefiados pelo presidente de Câmara Municipal, Raimundo Neném, e pelo 1º secretário da Mesa Diretora, Fábio Araújo, se preparam para colocar em pauta e votar, em tempo recorde, nesta terça-feira, dia 11, um pacote de medidas que vai beneficiar a eles mesmos, o prefeito Tião Bocalom, a vice-prefeita Marfiza Galvão, e os secretários municipais.
Apesar do presidente da Casa de Leis, Raimundo Neném, negar o interesse em pautar e aprovar a pauta impopular, o chefe do parlamento municipal deve permitir que o secretário Fábio Araújo, após um “acordão”, coloque o projeto à apreciação e deliberação dos outros 15 vereadores, o que deve ser aprovado por maioria de votos, já que os parlamentares esperam o voto contrário de Elzinha Mendonça, única de oposição.
Se aprovado, o projeto vai garantir aos vereadores um salário de quase R$ 20 mil. Já para o prefeito Tião Bocalom, a rubrica deve ser ainda maior. Isso, trocando em miúdos, vai ter efeito cascata: secretários e assessores especiais da Prefeitura de Rio Branco também terão aumento nos salários que recebem. Enquanto isso, servidores da Casa de Leis pelejam por um reajuste real nos salários.
Outra proposta que deve ser colocada em discussão por Raimundo Neném e Fábio Araújo é o projeto que aumenta a verba de gabinete dos vereadores para R$ 50 mil. Além disso, há a proposta de criação de outros 70 cargos comissionados para ficarem à disposição da gestão de Tião Bocalom. Se aprovada, será a quarta proposta de criação de cargos a ser sancionada pelo gestor municipal que está há dois anos à frente da prefeitura.
Se levado em conta apenas o aumento na verba de gabinete, cujo reajuste passa de 30%, o impacto anual na folha de pegamento da Casa de Leis será de R$ 10,2 milhões, ou R$ 850 mil mensais. Em entrevista à imprensa local, Fábio Araújo confirmou a intenção de que o projeto seja pautado: “O projeto existe e está na gaveta do presidente [Raimundo Neném] há dois meses e acredito que deve entrar em pauta nesta semana”, frisou o vereador em entrevista na sede do Poder Legislativo.
O vereador Raimundo Neném diz que desconhece que os projetos serão colocados em pauta, e alerta que, no entendimento dele, não é hora de o prefeito desejar receber aumento salarial. Nem ele, nem os secretários. “Essa não é a hora, e eu estou sozinho, contra todos, porque os outros já querem que paute isso. Se eu estiver lá, não será pautado, mas se eu não estiver, não posso impedir que pautem”, sugeriu o vereador.