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POLÍTICA

Reforma Tributária deve manter tratamento diferenciado para pequenos negócios

Reforma Tributária deve manter tratamento diferenciado para pequenos negócios

Os pequenos negócios devem permanecer com tratamento diferenciado, já garantido pela Constituição Federal, com a reforma tributária que tramita no Congresso. A defesa da garantia às micro e pequenas empresas partiu do diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick, nesta terça-feira (3), durante audiência pública no Senado Federal que debateu a PEC 110/2019. A Proposta de Emenda Constitucional estabelece a simplificação e padronização dos impostos. O debate, proposto pelo relator da matéria, senador Roberto Rocha, envolveu representantes dos setores produtivo e de trabalhadores.

Para os debatedores, a reforma tributária é oportuna, mas deve ser feita com cautela e respeitando alguns setores. “A reforma é relevante para as micro e pequenas empresas, mas precisamos manter o tratamento diferenciado, que já é garantido pela Constituição”, assegurou Bruno Quick, ressaltando que hoje os pequenos negócios representam mais de 99% das empresas em operação no país, além de o segmento ser um grande gerador de emprego e renda no Brasil. “A reforma é necessária, mas tem que tratar bem o empresário que, em pesquisa feita pelo Sebrae mostrou que 89% dos empreendedores entrevistados sempre mantiveram suas obrigações em dia”, acrescentou o diretor.

Para o conselheiro do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Flávio Rocha, as mudanças devem ocorrer principalmente em três pilares, que são a renda, o consumo e o patrimônio. “Essas bases tributárias já estão exauridas”, afirma Rocha, ressaltando que tem que haver uma disruptura, passando o modelo de arrecadação mais moderno. Segundo o diretor da Força Sindical, Sérgio Leite, hoje no país quem paga mais impostos são os que possuem menor renda. Ele alertou ainda que é necessário cuidado com a desoneração da folha de pagamento, um dos temas mais debatidos nas audiências públicas.

Segundo o senador Roberto Rocha, relator da matéria no Senado, é preciso cautela na discussão. “Todos têm medo de pular no escuro”, observou o parlamentar, que na segunda-feira (2) anunciou sua pretensão de entregar seu relatório sobre a PEC em duas semanas. A Proposta de Emenda Constitucional vai reformar o sistema tributário brasileiro e um dos principais pontos do texto é a criação do Imposto de Valor Agregado (IVA), que vai unificar nove tributos estaduais, federais e municipais.