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POLÍTICA

Representante dos trabalhadores do ISE denuncia influência do crime organizado nos centros socioeducativos

Representante dos trabalhadores do ISE denuncia influência do crime organizado nos centros socioeducativos

O sindicalista Elias Monteiro, que representa os trabalhadores do Instituto Socioeducativo (ISE), disse durante audiência na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) para debater os problemas da Segurança Pública, que há uma romantização da socioeducação, mas que a realidade é outra.

“Muitas vezes olhamos um eufemismo, uma romantização da socioeducação que não existe. O nosso sentimento é o mesmo, de desvalorização. Salários baixos, altas cargas de estresses, banco de horas defasado, falta de efetivo e demais outros problemas”, disse Elias Monteiro.

E acrescentou: “realmente não somos polícia, mas nós somos operadores da Segurança Pública. E, para as facções criminosas, isso não nos distingue de nada. Para eles, nós somos polícia. Não importa se somos agentes. E diferente do que alguns falam, não lidamos com crianças, não. O próprio Estatuto da Criança e do Adolescente define: criança é abaixo de 12 anos. Nós lidamos com adolescentes de 19, de 20, de 18, até 21 anos podem estar lá”.

Elias denunciou ainda que as facções criminosas chegaram aos institutos socioeducativos. “Ao chegar lá na audiência, o juiz me perguntou se havia organização criminosa dentro do sistema socioeducativo. Eu disse que sim. Todos eles são, sem exceção. A promotora olhou para mim espantada: ‘lá funciona igual um presídio?’. Eu disse: ‘basicamente sim’”, frisou.