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POLÍTICA

Representantes comerciais alegam prejuízos e falta de interesse do poder público para reconstrução da BR-364, no trecho do Quinauá

Representantes comerciais alegam prejuízos e falta de interesse do poder público para reconstrução da BR-364, no trecho do Quinauá

Na manhã desta terça-feira (11), o Notícias da Hora esteve na BR- 364, na altura do balneário Quinauá, distante 25 quilômetros de Rio Branco, sentido Porto Velho, para acompanhar de perto a situação da estrada.

No dia 23 de março deste ano, devido às fortes chuvas que castigaram o Estado, as águas do balneário Quinauá transbordaram, ocasionando o rompimento da principal saída do Acre para os demais estados do Brasil, pela BR-364.

No km 25, onde ocorreu o rompimento, é possível ver apenas uma escavadeira modelo Cat 345 GC trabalhando no local e três homens realizando medições.

O órgão responsável pela reconstrução da BR, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), comunicou que os trabalhos serão concluídos em um prazo de três meses. Enquanto isso, o trecho da estrada que liga o Acre a Porto Velho (RO) segue interditado.

PRESIDENTES

Transtornos causados

Durante nossa permanência no local, flagramos diversos caminhões e carros chegando ao trecho sem saber que o tráfego estava interrompido, isso porque ao longo do percurso não existe nenhuma sinalização feita por parte do Dnit para alertar os motoristas sobre a situação de rompimento da rodovia.

O presidente da Federação das Associações Comerciais, Adem Araújo, um dos empresários que mais gera empregos no Acre, disse que lamenta que o país trate o setor produtivo desta forma, diferente do que ocorre em outros países.

“É lamentável que o nosso país trate o cidadão dessa forma e, infelizmente, é assim que as coisas funcionam aqui. Gostaríamos muito de que o poder público pudesse dar melhores condições e apoio ao setor produtivo, que é quem mantém o país, quem gera a economia e riqueza. Mas, infelizmente, o nosso Brasil age contrário a países desenvolvidos", disse o empresário.

Adem também se solidarizou com a população que vem ao Acre e precisa fazer um retorno por um desvio de 30 a 40 quilômetros a mais para chegar à Capital. Disse ainda que não deixa de ser um descaso o que o poder público está fazendo com a nossa região, pois, de acordo com ele, o que falta é boa vontade para realizar essa recuperação antes de 90 dias.

ROMPIDA2

“E aqui eu me solidarizo também com a população daquela região que tem que dar uma volta de, sei lá, 30, 40 quilômetros ou até mais para poder chegar a Rio Branco. Isso para um país como o nosso, é irrisório, não é custo nenhum. Então a gente vê principalmente pelo lado social, a falta realmente de apoio do poder público. Por outro lado, é lógico que isso acaba causando algum transtorno, aumentando um pouco mais a viagem dos caminhoneiros. Você imagina aí que cada quilômetro tem um custo a mais para o transporte", pontuou o empresário.

Nossa reportagem também procurou ouvir o presidente do Sindicato de Revendedores de Derivados de Petróleo do Estado do Acre (Sindepac), Delano Lima.

O Notícias da Hora informou ao presidente que esteve no local onde ocorreu o rompimento, e aproveitou a oportunidade para perguntar ao sindicalista quais os prejuízos econômicos, tanto para o Estado, quanto para os empresários, em relação a demora na reconstrução da rodovia.

“Com relação a essa problemática na estrada, é preocupante sim, porque sabemos que o estado do Acre todo depende da BR-364 e quando nos deparamos com a situação onde a via está totalmente interrompida, isso nos traz preocupação, tendo em vista que, como já disse, toda a mercadoria do estado precisa ser transportada por esse caminho. É preocupante saber que somente daqui a três meses, como foi divulgado pelo Dnit, que provavelmente a obra será entregue. Sabemos que em outras ocasiões a estrada foi reconstruída em bem menos tempo”, comentou Delano.

O empresário também enfatizou que as transportadoras podem entender que houve um aumento na quilometragem e que deve ocorrer um reajuste devido ao longo percurso, havendo um aumento na bomba de combustível.

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“A preocupação nossa do setor é que todo o transporte de combustível no estado do Acre hoje, está passando por Senador Guiomard e não deixa de ser uma atenuante, já que são produtos inflamáveis. Sem falar também que a nossa economia, já não está lá essas coisas pra gente ainda ter aumento de quilometragem nas estradas. Isso pode sim, de alguma forma refletir no preço do combustível final", acrescentou Delano

O senador Alan Rick, representante da bancada federal do Estado, informou que conversou com o diretor nacional do Dnit, Fabrício Galvão, sobre a BR e pontuou esta necessita imediatamente, ainda no início das obras de recuperação.

"Quanto às obras de trechos como o do Quinauá, também pedimos a maior celeridade possível. Inclusive, mostramos vídeos da atual situação da BR-364 para que o Dnit sinta o que os acreanos estão passando. Diante disso tudo, solicitei mais uma vez que o Dnit decrete o estado de emergência para a obra da estrada, para que possam contratar imediatamente. Se for esperar as licitações, como estão fazendo, essa reconstrução não inicia neste verão. O Fabrício me garantiu que hoje mesmo pedirá a decretação de emergência na reunião ministerial que ocorre neste final de tarde, aqui em Brasília", disse Alan Rick.

O Notícias da Hora tentou contato com o presidente reeleito da Acisa, Marcelo Moura, pelo telefone, (68) 98402-**17 e não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.