Em meio às articulações para a sucessão estadual de 2026, o MDB adota uma postura estratégica e evita, por enquanto, formalizar apoio a qualquer candidatura ao governo do Acre. Segundo interlocutores da sigla, o partido tem dialogado com todas as forças políticas relevantes no Estado, mas mantém a cautela quanto à definição de seu posicionamento oficial.
Em recente entrevista, o ex-deputado federal João Correia, integrante do conselho político do MDB, revelou que a legenda terá cerca de 20 dias para bater o martelo sobre o possível apoio à pré-candidatura da vice-governadora Mailza Assis (PP). Ele destacou que a legenda tem atuado com responsabilidade, ouvindo suas bases e priorizando a construção de um projeto político sólido.
“A cada semana amadurece a ideia de fechar com a chapa governista, mas nenhuma decisão foi tomada. Seguimos ouvindo os grupos e avaliando o melhor caminho para o MDB”, declarou Correia.
MDB quer indicar vice e manter protagonismo político
Apesar da aproximação com o grupo governista, o conselho político do MDB não abre mão de indicar um nome próprio para a chapa majoritária – de preferência, para a vaga de vice na chapa encabeçada por Mailza Assis. O partido vê nessa aliança uma oportunidade de retomar espaço político relevante, sobretudo após ter conquistado votações expressivas em eleições anteriores, disputando em condições de igualdade nos maiores colégios eleitorais do Acre, como Rio Branco e Cruzeiro do Sul.
Além disso, o MDB tem buscado garantir palanque nos 22 municípios acreanos, um movimento estratégico para ampliar sua capilaridade e reforçar a viabilidade eleitoral de uma aliança estadual. A legenda acredita que a indicação de um nome à vice pode consolidar esse esforço de expansão.
Cenário político fragmentado favorece negociações
A federação União Progressistas (UPB), formada pelos partidos Progressistas e União Brasil, tem avançado no interior com o apoio de 14 prefeitos do PP e um do União Brasil. Esse bloco governista tenta atrair o MDB como aliado de peso, principalmente para fortalecer a pré-candidatura de Mailza Assis e garantir hegemonia nas disputas proporcionais.
Nos bastidores, há ainda a possibilidade de que a ex-deputada federal Jéssica Sales, nome tradicional do MDB no Juruá, seja cogitada para compor uma das chapas majoritárias – seja pela situação ou pela oposição. Essa indefinição ilustra a complexidade do tabuleiro político local, onde lideranças ainda medem forças e mantêm conversas com ambos os blocos.
A direção estadual do MDB estabeleceu um prazo até meados de novembro para definir oficialmente sua aliança. Até lá, o partido seguirá em diálogo com os dois principais grupos políticos que disputam o controle do Palácio Rio Branco.