O vice-governador Major Rocha (PSL) não esperou se recuperar da cirurgia bariátrica feita recentemente para comentar a respeito da exoneração do procurador-geral do Estado, João Paulo Setti, confirmada na noite desta quinta-feira (23) no Diário Oficial do Estado, em um caderno extra.
Rocha, que há pouco mais de um mês havia exonerado Setti por indícios de envolvimento no caso que ficou conhecido como a Máfia dos Precatórios, disse que conversou com o juiz de Direito Lois Carlos Arruda, assim que assumiu o governo em 2019. Arruda era auxiliar da presidência do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC). As revelações feitas pelo magistrado, levaram o vice-governador a procurar o governador Gladson Cameli e pedir o afastamento de João Paulo Setti, o que não aconteceu.
“Longe dessas exonerações representarem alguma melhoria na imagem do governador que foi acordado pela Polícia Federal na Operação Ptolomeu, esses atos só demonstram que nós sempre estivemos corretos nas denúncias que protocolamos ao longo dos últimos três anos, dentre elas a que envolvia o nome do Procurador Geral do Estado João Paulo Setti. Assim que chegamos ao governo, tive uma conversa com o Dr. Lois Carlos Arruda, Juiz de Direito, à época Auxiliar da Presidência do TJ, para tratar sobre assuntos relacionados a pagamento de precatórios não devidos pelo estado. Depois de ouvir atentamente o magistrado, conversei com o governador Gladson Cameli e lhe informei sobre todos os problemas que aquela atividade estava apresentando, orientando-o sobre medidas que julguei pertinente para coibir as ocorrências apresentadas. Assim que ouviu, Gladson ficou de tomar medidas rígidas e dia após dia nada foi feito”, disse Rocha.
O vice-governador não descarta uma nova revogação da exoneração de João Paulo Setti, pelo governador Gladson Cameli nos próximos dias, bem como lembra que Setti poderá ter informações comprometedoras.
“Essa novela parece estar distante de acabar, isso por que o menino Gladson pode voltar atrás em sua decisão e colocar novamente o procurador João Paulo de volta ao cargo. Caso isso venha a acontecer, poderemos estar diante de um questionamento: Estaria Gladson nas mãos de João Paulo Setti e não poderia exonerá-lo de fato do cargo sob pena novas informações virem a público? O fato é que o barco "desgovernado" de Gladson Cameli está alagado em vergonha e constrangimento e deve continuar afundando, com novas pessoas descendo ao mar sem um bote salva-vidas, abandonados após serem usados ao limite”, completa.