O ex-prefeito de Tarauacá, Rodrigo Damasceno, pediu desfiliação do Partido dos Trabalhadores. A carta de desfiliação foi apresentada ao presidente estadual do Partido, Cesário Braga. Sem demonstrar mágoas com os companheiros de sigla, Rodrigo Damasceno diz no documento que vem refletindo em sair por um tempo da política.
“Há um bom tempo venho pensando nessa possibilidade. Venho refletindo sobre de que forma posso ajudar e não ser confundido com outro sentimento, de que forma posso exercer meus direitos e não ser perseguido, de que forma posso focar mais em minha profissão e na minha família”, pontua.
Entretanto, como na vida não são apenas flores, Rodrigo Damasceno falou a respeito dos desafios encampados na militância no PT e à frente da Prefeitura de Tarauacá, quando foi prefeito.
“Mas também sofri muito. Não foram poucas as noites que passei em branco, mas procurei enfrentar o problema de frente e nunca me furtei de fazer o que eu achava certo naquele momento. Agradeço a equipe que me ajudou e até aqueles que mais atrapalhavam do que ajudavam e estavam ali por pressão política. Pois foi em conjunto que conseguimos executar bons feitos para nossa população”, destaca ele.
Um tanto desmotivado com a política partidária, Damasceno, que é médico, diz que na gestão pública àqueles que buscam ser ‘cirúrgicos’, ou seja, práticos em suas administrações, acabam encontrando barreiras na burocracia e até mesmo nos órgãos de controle, diz ele sem citar o TCE, mas deixa claro nas entrelinhas sua insatisfação.
“Hoje vejo que se torna cada vez mais difícil as pessoas de bem de verdade se proporem a serem gestores, tanto pela expectativa de poder e dinheiro que algumas pessoas que lhe apoiam nutrem quanto pela forma como somos tratados pelos órgãos de controle. Entendo que muitos bons intencionados fiquem pelo caminho e os que não tenha tão “boas” intenções ocupem esse espaço”, argumenta.
Rodrigo Damasceno lembra que na administração de Tião Viana (PT) não tinha cargo de confiança e que este não é o motivo que o levou à sua decisão de desfiliar do PT.
“E para adiantar as conclusões precipitadas não tinha cargo ou indicações no governo anterior. Aos companheiros que deixo espero que se tornem amigos e aos que não são tão companheiros desejo sucesso e da minha parte saio sem mágoas”, ressalta.
Ao final da carta, Rodrigo Damasceno ratifica que “pois para fazer o Bem não precisamos estar necessariamente com filiação partidária. Seguirei torcendo por Tarauacá e espero que a demonização da política, não a transforme em algo ainda pior”.