O presidente Lula (PT) defendeu hoje mais uma vez a classe política e pediu que a população não coloque todos os representantes "no mesmo balaio".
O que ele disse?
Lula participou de um ato em que sancionou aumento para servidores públicos no Palácio do Planalto nesta tarde. Além do reajuste de 9%, ele prometeu a abertura de novos concursos.
Em fala contra o discurso antissistema, o presidente reconheceu o desgaste da imagem política entre a população, mas argumentou —como tem feito na última década— que a classe é exposta e que desvios são exceções.
"Eu acho que, se tem uma profissão honesta, é a do político", disse Lula. "Ele pode virar ladrão porque é ladrão, mas a profissão [do político] é a única com um concurso que, a cada quatro anos, você precisa refazer."
O presidente disse ainda que falta à população "separar o joio do trigo". O discurso contra a pauta antissistema tem sido uma das bandeiras de Lula, em especial após a eleição de Jair Bolsonaro (PL), em 2018.
O político, quando vai para rua, a mãe dele é xingada, o filho é admoestado na escola. Muitas vezes o político merece ser xingado, mas, quando você coloca todo mundo num balaio e não consegue fazer uma diferenciação de quem é quem, acontece sempre uma coisa pior."Lula, em ato com servidores públicos
Cutucada nos ex-presidentes
Ao falar sobre a imagem de "ladrão" do político, Lula fez uma provocação aos ex-presidentes Fernando Collor (hoje PTB) e Jair Bolsonaro. Ele lembrou a campanha "contra marajás" de Collor e chamou o antecessor de "genocida".
A mania que a sociedade brasileira tem de ser convencida a não gostar de política, a não acreditar em política, achar que todo político é corrupto e todo mundo que não é político é honesto é o que leva esse país a ter eleito um Jânio Quadros com a vassourinha, leva o Bolsonaro a ser eleito, um 'pescador de marajá'."Lula