O titular da Secretaria de Administração do Acre (Sead), Paulo Roberto Correia, procurou a reportagem do Notícias da Hora na tarde desta terça-feira (24) para comentar pontos da denúncia do deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) sobre a existência de uma “máfia dos consignados” que estaria fraudando a matrícula de servidores provisórios e comissionados para a obtenção de empréstimos.
O suposto esquema relatado pelo parlamentar envolveria a empresa Fênix Soft e servidores da Secretaria de Administração do governo do Acre, fato refutado com veemência pelo secretário Paulo Roberto. O gestor destaca que é preciso sair do discurso que tem como único objetivo desgastar a administração estadual e entrar na forma prática que é investigando os fatos e responsabilizando os envolvidos.
“O deputado radicalizou e fez uma acusação muito grave de que tem servidores da Secretaria de Administração envolvidos na fraude. Eu gostaria que Edvaldo apontasse os nomes das pessoas que estão envolvidas para que possamos instaurar um procedimento para saber se os servidores estão envolvidos nesta máfia. Não podemos generalizar e colocar todos os servidores em suspeição”, diz Paulo.
Para Paulo Roberto, “não basta o parlamentar subir na tribuna e se esconder atrás da imunidade parlamentar e fazer essas acusações graves sem apresentar as provas necessárias. Desde a semana passada ele bate na mesma tecla na questão desta máfia. Hora coloca culpa no Estado, hora culpa a empresa que faz. Agora, ele culpa os servidores, mas não apresenta provas para que seja aberta a investigação".
O secretário destaca que a maior intenção do deputado é sempre tentar desgastar o governo. “Hoje durante o debate, ele disse que existem servidores alterando informações na secretaria de administração. Se existem essas alterações está configurada a fraude. É um crime. O que nós queremos é que ele diga quem são esses servidores que estão ajudando neste suposto esquema ou as provas documentais”.
Segundo Paulo Roberto, não há como um servidor fraudar o sistema para obter vantagens financeiras. “Se há algum tipo de esquema é entre o servidor e a instituição financeira, já que todo banco pode consultar no portal de transparência a situação de cada servidor e no QR code no contracheque. O interesse do estado é investigar, se diz que tem nomes, ele que apresente uma denúncia”, enfatiza.
Correia garante que diante de uma denúncia formalizada, a Secretaria de Administração poderá adotar providências. Só desta forma é que podemos sair do discurso para a prática. Aponte os nomes que o processo administrativo será instaurado. Se for comissionado será exonerado e se for do quadro efetivo vai responder a uma sindicância para detalhar o envolvimento a punição”
O secretário finaliza ressaltando que “o que não pode é o deputado ficar atirando a esmo e culpando a todos os servidores da secretaria. O grande prejudicado não é o Estado. O prejuízo é do banco, mas até o presente momento os bancos fizeram denúncias. Alguma coisa está errada. As providências deveriam ser tomadas pelos bancos. Nunca recebemos reclamações. O banco foi enganado e não há um registro de fraude? Uma narrativa estranha, já que o banco nunca fica no prejuízo”.