Após perceber o erro de ter sepultado o instituto, agora o governo Cameli prepara novo projeto de lei para fazer a “reforma da reforma”, e ressuscitar o IMC. O nome do professor Carlito Cavalcanti, o Carlitinho, é o cotado para assumir a presidência do instituto. Durante os oito anos de Tião Viana (PT), o IMC ficou sob a responsabilidade de Magaly Medeiros.
A decisão da “equipe de notáveis” do governador Gladson Cameli (Progressistas) de acabar com o Instituto de Mudanças Climáticas (IMC) pode levar o Acre a perder, até 2021, R$ 104 milhões em recursos oriundos do chamado crédito de carbono.
Com a política ambiental de proteção da floresta e as ações de mitigação dos efeitos do aquecimento global vistos como “coisa de petista” pelas cabeças pensantes do atual governo, o IMC foi extinto como uma das formas de sepultar a dita “florestania”, modelo político-econômico implementado no governo Jorge Viana (1999-2006), e bastante demonizado pelos opositores que, agora, dominam o Palácio Rio Branco.
O problema é que essa ideologia pode ocasionar sérios prejuízos ao estado, sobretudo às populações rurais, no momento em que o governo alega uma grave crise fiscal em suas contas. Sem o IMC, apenas em 2019 o Acre deixará de receber R$ 50 milhões em negociações pelo carbono estocado em suas áreas de floresta.
O mercado de carbono foi a forma encontrada por grandes corporações e os governos mais ricos de darem alguma compensação financeira por conta de suas atividades que causam grandes impactos ambientais. Regiões que preservam as áreas de floresta recebem recursos conforme o carbono estocado.
Com 86% de sua floresta preservada, o Acre caminha para ser um dos grandes beneficiários desta ação. Desde o governo Binho Marques (2007-2010), o estado desenvolve sua política por pagamento de serviços ambientais, com o crédito de carbono sendo uma destas ferramentas.
Em 2010, o Acre aprovou a lei que cria o Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais (Sisa), que regula toda a política estadual para captar e executar os recursos estrangeiros e nacionais recebidos pela manutenção da floresta em pé. A mesma lei previa a criação do IMC, responsável por gerenciar o Sisa.
Apesar de extinto, o instituto ainda tem viva a página oficial na internet. O IMC define da seguinte forma a sua missão: “Articular estratégias de adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas no Estado do Acre, por meio de mecanismos de valoração de serviços ambientais, garantindo benefícios aos provedores de serviços ambientais e o respeito a salvaguardas socioambientais.”
Após perceber o erro de ter sepultado o instituto, agora o governo Cameli prepara novo projeto de lei para fazer a “reforma da reforma”, e ressuscitar o IMC. O nome do professor Carlito Cavalcanti, o Carlitinho, é o cotado para assumir a presidência do instituto. Durante os oito anos de Tião Viana (PT), o IMC ficou sob a responsabilidade de Magaly Medeiros.