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POLÍTICA

Senado diz que Pazuello passou mal, e ex-ministro nega; sessão volta na 5ª

Senado diz que Pazuello passou mal, e ex-ministro nega; sessão volta na 5ª

O Senado informou que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello passou mal durante intervalo da CPI da Covid, na tarde de hoje, e a sessão foi suspensa. A retomada do depoimento foi marcada para as 9h de amanhã.

Pazuello foi atendido pelo médico e senador Otto Alencar (MDB-BA), que disse ter encontrado o ex-ministro na sala do cafezinho, sentado e pálido.

"Eu vi que ele estava assim, falei com ele, mudei de posição. Ele ficou deitado, elevamos os membros superiores e voltou a ter uma circulação normal no cérebro. É uma síndrome que acontece muito em quem está com distúrbio nervoso, como ele estava aqui muito pressionado e passa muito tempo em pé", disse Alencar, em entrevista à CNN Brasil.

O presidente da comissão, Osmar Aziz (PSD-AM), decidiu então suspender a sessão e transferir o restante do depoimento de Pazuello para amanhã.

"O ministro Pazuello disse que estava em plenas condições de continuar respondendo. Falou para mim 'olha, estou à disposição'. Eu falei 'olha ministro, tem 24 senadores para falar, não sabemos o horário que a sessão do Senado vai acabar. Acho mais prudente a gente retomar amanhã'", ressaltou Aziz, em coletiva.

Ao deixar o Congresso, o ex-ministro da Saúde, no entanto, negou que tenha se sentido mal e afirmou que a sessão foi adiada devido ao horário. "Não passei mal. Não aconteceu nada. Amanhã [o depoimento] continua", disse Pazuello. "Por que foi suspensa a sessão então?", questionou uma repórter. "Por causa do horário", respondeu.

Dessa forma, o depoimento da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como 'capitã cloroquina', que estava marcado para amanhã, foi transferido para terça-feira (25).

A CPI da Covid foi criada para apurar as ações do governo federal no enfrentamento da pandemia da covid-19, que já matou mais de 430 mil pessoas no Brasil, de acordo com dados do consórcio, do qual o UOL faz parte.

Os depoimentos dos ex-ministros da Saúde do governo Bolsonaro devem ajudar a esclarecer se a gestão federal poderia ter adotado outras medidas para frear o avanço do número de casos do coronavírus no País. A convocação de Pazuello atende a requerimentos aprovados, com pedidos do relator Renan Calheiros (MDB-AL), do vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

No último dia 4, Pazuello havia alegado aos parlamentares que não poderia comparecer presencialmente à CPI sob a justificativa de que assessores próximos haviam se contaminado com a covid-19. O seu depoimento —que estava marcado para o dia posterior— então foi remarcado para esta quarta-feira.

Senador: "Pazuello estava pálido e pressão caiu"

Em entrevista à TV Senado, o senador Otto Alencar relatou ter encontrado o ex-ministro durante o intervalo da sessão da CPI.

"Ele estava sentado, pálido, a pressão certamente caiu. Eu vi que ele estava assim, falei com ele, mudei de posição, ele ficou deitado, elevamos os membros superiores e voltou a ter uma circulação normal no cérebro. É uma síndrome que acontece muito em quem está com distúrbio nervoso, como ele estava aqui muito pressionado e passa muito tempo em pé", disse Alencar.

"É chamada síndrome vagovagal, que acontece muito em pessoas que passam por esse momento tenso como estava agora e também fica muito tempo em pé como ele estava, sem se alimentar direito", completou, em seguida.

A síndrome vasovagal acontece quando o nervo vago, que fica na região da nuca, provoca uma diminuição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, o que gera uma demora na chegada do sangue ao coração e ao cérebro. Isso é comumente causado pela permanência em ambientes fechados, jejum, muitas horas em pé ou ansiedade. Quando a síndrome acontece, a pessoa costuma apresentar fraqueza, transpiração, palidez, calor, náusea, tontura, borramento visual, dor de cabeça ou palpitações, e pode chegar a desmaiar.