O senador amazonense Plínio Valério (PSDB/AC), presidente da CPI das ONGs, abriu a boca no Senado Federal nesta quinta-feira (26) para denunciar o que ele chamou de “regime de escravidão”. O parlamentar do estado vizinho ao Acre relatou a situação das famílias que residem na Reserva Extrativista Chico Mendes.
“O que nós vimos na Reserva Chico Mendes é equiparado, eu afirmo isso, a um regime de escravidão. Os moradores da reserva só têm um direito, que acaba sendo dever: colher borracha e castanha. O quilo da borracha é comprado a R$ 3, o governo promete subsídio que não chega e a castanha é vendida, em lata, que não chega a R$ 5. Os moradores da reserva, quando adoecem ou são picados por cobra, têm que sair carregados numa rede. É isso que vocês estão ouvindo: carregados numa rede, porque não tem transporte. E não tem energia. Uma senhora que fez o depoimento e está gravado num pen drive para levar para a Procuradoria-Geral da República, diz o que ela quer da vida dela, e tudo o que ela quer é que o filho possa estudar”, desabafou o senador, que esteve no Acre na última semana, em diligência da CPI na Resex.
Ainda de acordo com o senador tucano, o prefeito de Epitaciolândia Sérgio Lopes tenta construir há um ano uma escola dentro da reserva, porém não recebe a licença que deve ser expedida pelo ICMBio para a obra.
“O prefeito de Epitaciolândia tenta fazer uma escola dentro da reserva há um ano, o ICMBio não deixa. Os moradores tentam plantar milho, o ICMBio não deixa. Morador tenta abrir ramal, o ICMBio não deixa. E quem está por trás do ICMBio? A placa está lá atestando, aquele ursinho panda, WWF, que é quem comanda, que é quem manda”, relatou.