..::data e hora::.. 00:00:00
gif banner de site 2565x200px

POLÍTICA

“Será lembrado mais pela habilidade de comunicação do que pelas entregas administrativas”, diz Carioca sobre força eleitoral de Gladson

“Será lembrado mais pela habilidade de comunicação do que pelas entregas administrativas”, diz Carioca sobre força eleitoral de Gladson

O professor universitário Francisco Nepomuceno — conhecido como Carioca e considerado um dos principais formuladores políticos dos governos petistas no Acre — analisou no podcast Papo Informal desta quinta-feira, 4, apresentado pelo jornalista Luciano Tavares, os fatores que, em sua visão, explicam a reeleição do prefeito Tião Bocalom e o peso político do governador Gladson Cameli no cenário estadual.

A conversa começou com uma pergunta direta de Luciano, que mencionou “a capacidade de eleger, ou reeleger, usando a máquina estatal” e lembrou que Bocalom saiu vitorioso “contra tudo e contra todos”, inclusive superando o candidato da antiga Frente Popular, o petista Jorge Viana. “A que se deve isso, Carioca?”, questionou o apresentador.

O professor respondeu apontando transformações profundas na política contemporânea. Segundo ele, a ascensão da comunicação digital redefiniu a forma como lideranças se conectam com o eleitorado. “A política sofreu muitas modificações no período recente. Quando você pensa a política que introduz a ideia da comunicação, o mundo digital e as redes sociais, isso dá um diferencial muito grande”, afirmou.

Para Carioca, o governador Gladson se destaca justamente por dominar esse novo ambiente. Ele descreve o atual chefe do Executivo como alguém cuja força eleitoral está diretamente ligada à capacidade de comunicação e à performance pública.

“A política é entendida como conteúdo e performance. E, quando eu falo de performance, estou colocando a capacidade que alguém tem de se comunicar, de performar, e sobretudo de ter muita habilidade em relação às redes sociais. Associado ao carisma pessoal, o Gladson é muito carismático, sabe se comunicar muito bem. Nesse universo, ele tem uma capacidade enorme”, analisou.

O ex-assessor petista afirmou acreditar que Cameli será lembrado futuramente mais pela habilidade de comunicação do que pelas entregas administrativas. E foi além: “Em condições normais, se o Gladson for candidato [ao Senado], nós teremos uma única vaga. Não só ganhou a reeleição como seguramente seria favorito para uma das vagas, caso seja candidato. Isso é pessoal, isso não se transfere”.

Carioca também chamou atenção para um movimento incomum na política local: o fato de o governador não lançar candidato próprio à Prefeitura de Rio Branco em 2024, optando por apoiar Tião Bocalom. Ele comparou o cenário com o período dos governos petistas, quando “o candidato a ser derrotado era o candidato do governo”, mesmo nos anos em que o grupo saiu derrotado.

Ao longo da entrevista, o professor reforçou a tese central de sua análise: a combinação entre carisma, domínio das redes e performance comunicativa compõe o núcleo da popularidade de Gladson Cameli — e, por extensão, influencia os resultados eleitorais no Acre.