Edvaldo Magalhães disse que o governo tentou fazer um "contrabando legislativo" na reforma da previdência estadual, colocando temas da reforma administrativa. Ele defende uma proposta mais enxuta que discuta apenas a previdência.
Após um dia intenso de discussão acerca da reforma da previdência estadual, os parlamentares se reuniram no começo da noite, na Aleac, com sindicalistas e trabalhadores para avaliarem os pontos da reforma enviada pelo governo. Os trabalhadores querem construir uma proposta com regras de transição mais claras.
O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), que tem mediado o diálogo entre trabalhadores e a base de governo com o objetivo de construir uma saída justa, disse que é importante nesse momento ‘desidratar’ a proposta. Ele destaca que o governo utilizou do artifício de colocar reforma da previdência e reforma administrativa em um mesmo pacote.
O parlamentar defende que seja discutido apenas os assuntos referentes à reforma da previdência. Nisso, mudanças no estatuto do servidor, sexta parte e licença prêmio ficaria de fora.
“A primeira coisa que a gente quer fazer é desidratar a proposta. Tira o que não é reforma da previdência disso e vamos então discutir, dentro da reforma da previdência, as regras de transição. Os sindicatos estão chamando assim: regras de transição humanizadas. Eu acho que o foco da discussão vai ser esse”, completa.
Votação
Edvaldo Magalhães salientou que o governo pretende votar a matéria na terça-feira (12), porém ele acredita que o assunto ainda não terá se esgotado ainda, prolongando o prazo de discussão a respeito do tema.
“A decisão deles, é de votar na terça, mas eu estou sentindo que vai depender muito. A gente vai concentrar agora nessa discussão. Eu estou defendendo uma questão o seguinte: vamos separar as coisas. O que é reforma da previdência, deixar só a discussão da reforma da previdência, porque eles misturaram a reforma da previdência, com a reforma administrativa, com mudanças do estatuto do servidor, aquela coisa toda. Eles botaram um contrabando ali no meio, essa questão da sexta parte e da licença prêmio, isso não está na reforma da previdência nacional”, reiterou parlamentar.
Diálogo
Desde a última terça-feira (5) que o líder da oposição, deputado Edvaldo Magalhães tem buscado garantir aos trabalhadores o direito de debater uma matéria importante para a vida destes. Nesse sentido, ele acredita que a luta tem surtido efeito e permitido que trabalhadores e governo sente à mesa para discutir a proposta.
“A marca da discussão de hoje à noite foi de todos os sindicatos dizer: ‘não, nós queremos discutir a reforma, mas nós queremos tempo para discutir a reforma. Nós queremos tempo para propor alteração na reforma’. Foi uma primeira rodada, todo mundo desabafando. O líder do governo sentiu a pressão também”, disse ao comentar sobre a reunião de hoje à noite.
Parlamentares e sindicalistas vão às discussões amanhã, às 9 horas, para construir uma proposta enxuta e mais próxima da realidade dos servidores.