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POLÍTICA

Sindicatos acusam atual gestão do Iapen de perseguir agentes e privilegiar grupos; Diretor refuta 

Sindicatos acusam atual gestão do Iapen de perseguir agentes e privilegiar grupos; Diretor refuta 

O ambiente político e administrativo no Instituto de Administração Penitenciária do Acre, o Iapen, é de conflito entre a atual gestão e as entidades que representam os servidores do órgão. Pelo menos é o que se pode ver em declarações como as que estão em uma nota de repúdio conjunta emitida e assinada pelo Sindsai –Sindicato dos Servidores Administrativos do Instituto de Administração Penitenciaria; o Sindapen – Sindicato dos Agentes Penitenciários; e a Asspen – Associação dos Servidores do Sistema Penitenciário. 

Segundo a nota, a direção do Iapen resolveu promover uma verdadeira caça às bruxas contra servidores do setor administrativo do órgão que resolveram apoiar a última manifestação do setor, no dia 07 de maio, que tinha por objetivo reivindicar do governo diversos direitos. 

Segundo as entidades, um dos casos visíveis de perseguição, após o protesto, ocorre contra o agente penitenciário e chefe do Departamento de Reintegração Social, Renê Fontes. "Estranhamente de forma intimidatória houve a reabertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) do ano de 2016, que já se encontrava arquivado devido ausência de provas apresentadas e já ter prestados os devidos esclarecimentos na época. O servidor tem uma conduta ilibada dentro do Sistema Penitenciário, sempre ativo em defesa dos direitos da classe. O caso se agrava ainda com o vazamento de informações detalhadas sobre o PAD à imprensa", informam os órgãos sindicais.

Ao Notícias da Hora, o próprio Renê Fontes afirmou não ter  dúvidas de que há uma perseguição direcionada a ele.

"A forma que tudo ocorreu deixa claro: Fui mediador entre a classe e um assessor especial do governo no dia 7 de Maio numa manifestação pacífica de agentes penitenciários. Três dias depois ocorre o desarquivamento de um processo de 2016? Processo esse que foi aberto na época do PT, partido contra quem eu fazia oposição ferrenha", diz.

As entidades afirmam ainda que desde do início da atual gestão há denúncias de que ocorrem horários privilegiados a apadrinhados e apoiadores da atual direção "com cumprimento apenas de 6h diárias totalizando 30h por semana, enquanto os demais tem documentos de determinação de cumprimentos de horários que totalizam as 40h semanais. Também ocorrem frequentes remanejamentos de servidores sem justificativa de forma irresponsável e desrespeitosa".

LUCA 01

Lucas diz que não há perseguição

O diretor-presidente do Iapen, Lucas Gomes, disse ao Notícias da Hora que não há caça às bruxas. Ele afirma que não se pode confundir "combate às corrupção com perseguição".

"Reformulamos a corregedoria no início do ano e estamos dando seguimento a processos que estavam parados há anos, sobretudo processos mais sérios. Não podemos confundir combate à corrupção com perseguição", diz.

Em seu perfil no Facebook, Lucas Gomes, que também é agente penitenciário, publicou um texto em que diz que sofre ataques de sua própria categoria "de gente que foi na sua mesa pedir cargos em troca de apoio político".

"Hoje sofro ataques de dentro da minha categoria de gente que ontem foi na minha mesa pedir cargos em troca de apoio político. Não cedi. Porque não vim fazer política, vim fazer gestão. As velhas práticas mostraram resultados perversos. Não tem como ter resultados distintos utilizando os mesmos métodos. Não ceder aos que sempre fizeram da administração pública um balcão de negócios nos faz pagar um alto preço. Mas os avanços são claros, e quem ganha é a nossa população", afirmou.