As pressões políticas pelas exonerações do diretor-presidente do Imac, André Hassem, e do secretário de Agricultura do Acre, Paulo Wadt, são imensas.
André não tem agradado parte da base de Gladson na Assembleia Legislativa. Na sexta-feira, deputados reclamaram dele para o governador durante uma reunião na Casa Civil. Mas André Hassem tem madrinha forte. Trata-se da deputada federal Vanda Milani, também aliada de Gladson, que intercedeu pela permanência de André no cargo. No meio da briga de interesses e reclamações, Cameli entregou a alma de Hassem à sua equipe de articulação política. "Resolvam", determinou Cameli. Isso quer dizer que se a contenda pelo Imac continuar, não restará outra saída ao governador a não ser a exoneração do atual diretor-presidente do instituto.
Já a pressão pelo desligamento de Paulo Wadt vem dos pecuaristas. E o pior: o pesquisador da Embrapa, que foi indicado pelo PSDB ao cargo, não tem apoio do vice-governador Major Rocha, e tampouco da deputada federal Mara Rocha. Paulo há algum tempo vem desagradando os pecuaristas e agricultores locais com seu discurso pela "rondonização" do Acre. O nome escolhido para a pasta no lugar dele seria o de Fernando Zamora, vice-presidente da Federação da Agricultura do Acre, que tem o apoio tucano e de seus colegas fazendeiros. Falta apenas a palavra final, a de quem nomeia e desnomeia, o governador do Acre.
No meio político houve quem apostasse que o Diário Oficial do Estado desta segunda-feira, 13, trouxesse a exoneração dos dois. Não foi o que aconteceu, ainda.
Ao ser perguntado sobre os desligamentos dos dois, Gladson Cameli foi lacônico:
"Quem está vazando isso à imprensa esqueceu de combinar comigo".