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POLÍTICA

STJ acata denúncia do MPF, mas não afasta Gladson Cameli do cargo de governador

STJ acata denúncia do MPF, mas não afasta Gladson Cameli do cargo de governador

Os ministros do Superior Tribunal de Justiça acataram a denúncia do Ministério Público Federal no âmbito da Operação Ptolomeu 3 no caso Murano contra o governador Gladson Cameli durante julgamento na tarde desta quarta-feira (15) e o tornaram réu no processo.

Ao votar pelo recebimento da denúncia contra o governador, a ministra Nancy Andrighi, relatora do caso, leu o relatório mencionando os supostos crimes praticados por Cameli. O ministro Otávio de Noronha, revisor, acompanhou o voto da colega.

Andrighi também prorrogou as medidas cautelares de Cameli por um ano, a indisponibilidade de bens e negou o pedido de afastamento do governador.

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“Dados coletados no inquérito apontam que o governador, sem critério técnico, determinava às empresas que recebiam os pagamentos do estado do Acre, por supostos serviços prestados, atribuição que a princípio não compete ao governador. A o governador atuava no exercício do cargo para favorecer os interesses, os seus interesses e os da sua família independentemente.

Dou prazo de um ano das medidas cautelares fixadas quando denunciado pela Corte Especial na sessão realizada no dia 14 de dezembro passado e pela decretação de medida cautelar de indisponibilidade de valores que foi postulada. E no que tange ao pedido de afastamento cautelar do denunciado do exercício do cargo de governador do estado do Acre, verifica-se que, embora demonstrada a gravidade das supostas condutas delitivas imputadas ao acusado, os fatos narrados na denúncia não se revelam contemporâneos, razão pela qual eu voto para indeferir, pedir o pleito ministerial sem prejuízo da decretação da citada medida, caso reste demonstrado nos outros inquéritos a mim distribuídos a subsistência do risco à ordem pública”, relatou.

O ministro Otávio de Noronha, revisor, acompanhou o voto de Andrighi.

A DEFESA DE GLADSON

Ao fazer a defesa do governador, o advogado Pedro Ivo Velloso afirmou que Cameli é vítima de uma perseguição da Polícia Federal e comparou o inquérito policial à famigerada Operação Lava Jato.

“O fato é que até o momento Gladson Cameli não foi chamado pela Polícia Federal para prestar qualquer esclarecimento. É nítido o ato de perseguição. A Polícia Federal requisita relatórios do COAF, da esposa do governador, filho do governador de seis anos e das empresas do governador. Direcionamento abusivo e ilegal. Com a deflagração da operação, é imposta ao governador uma série de medidas, por ele religiosamente cumpridas. A Polícia Federal busca aplicar quase uma intervenção branca. Os seus bens foram bloqueados e, repito, o governador Gladson jamais foi ouvido. Eis que vem essa denúncia, uma denúncia de 179 páginas, que segue aquela estratégia de aquecer o processo que tanto afligiu o nosso país. Tempos recentes, os tempos da operação Lava Jato.”