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POLÍTICA

Tendência de estiagem pode aumentar prejuízo de R$ 1,6 bilhão no Acre com desastres naturais

Tendência de estiagem pode aumentar prejuízo de R$ 1,6 bilhão no Acre com desastres naturais

O estudo do Painel El Niño mostrou a mudança da situação de seca em todo o País. No Norte, as áreas aumentaram e a gravidade da seca passou de fraca a extrema em algumas regiões. Nesta segunda-feira, dia 17, o rio Acre amanheceu com a menor cota do ano, 1,94 metro. O estado se prepara para viver mais uma situação extrema. Em dez anos, 2,7 milhões de pessoas foram afetadas mais de uma vez por secas ou cheias em todo o estado. R$ 500 milhões em prejuízos materiais.

Após um período de elevação das vazões a bacia do rio Acre apresenta níveis normais com um viés de queda e tendência para a situação de estiagem. Os dados são do Boletim Painel El Niño 2023 – 2024 que atualiza mensalmente as informações sobre o monitoramento, previsões e impactos do fenômeno climático El Niño no Brasil. Nesta segunda-feira, dia 17, o rio Acre amanheceu com a menor cota do ano, 1,94 metro. O ano em que o manancial apresentou a menor marca histórica foi em setembro de 2022, quando marcou 1,25 metro.

Com prejuízos acumulados em dez anos na ordem de R$ 1,6 bilhão causados por desastres naturais, o estado se prepara para viver mais uma situação extrema com escassez de chuvas. O decreto de situação de emergência editado pelo governador Gladson Cameli, por estiagem e seca é o 44º desde 2013.

Um outro estudo que a reportagem teve acesso, elaborado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que em uma década, em todo o Acre, 2,7 milhões de pessoas foram afetadas mais de uma vez de alguma forma pelos impactos dos desastres naturais. A CNM chama atenção para a falta de recursos de prevenção no orçamento de desastres do país, um dos principais motivos, segundo a instituição, “para a recorrência dos problemas que afetam, principalmente, os municípios.

O relatório dos municípios mostra que foram baixados pelo governo do Acre, 196 decretos de emergência por desastres ambientais, 43 por causa da seca extrema e 94 por impacto das enchentes. O último decreto por seca extrema, foi editado no último dia 11. Válido para os 22 municípios, o documento considera dados mapeados que apontam os rios do Estado com tendência de apresentar cotas mínimas inferiores às cotas baixas de alerta e alerta máximo nos próximos meses.

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A régua do manancial responsável pelo abastecimento da capital Rio Branco, mostra os fenômenos extremos vividos pela população. Em março deste ano, o rio Acre atingiu 17,89 centímetros, a segunda maior marca registrada, desde que a medição começou a ser feita, em 1971. A maior cota registrada foi de 18,40 metros em 4 de março de 2015.

Os dados mostram que embora a previsão seja de seca extrema para os próximos meses, o estado sofreu com a quantidade de chuvas nos últimos dez anos. 94 decretos foram editados em ocorrência de cheias nas bacias hidrográficas do Acre.

Ainda de acordo o relatório técnico que a reportagem teve acesso, o Acre teve prejuízos privados estimados em R$ 1.012.176.375, prejuízos materiais na ordem de R$ 514.422.271 e prejuízos públicos de R$ 101.816.449, totalizando R$ 1.628.414.095 em perdas.

O estudo da CNM é de maio de 2024, avaliou 5.233 municípios de todo o país, afetados diretamente pelos impactos negativos entre os anos de 2013 e 2023. Segundo o levantamento, os prejuízos causados por desastres nas cidades avaliadas em todo o país foram de R$ 639,4 bilhões.

Os números estão na mesa do grupo de trabalho composto por representantes da administração estadual, e da inciativa privada, com representantes das organizações sociais, para mitigar os impactos das mudanças climáticas especificamente em Rio Branco e no Alto Acre, onde se concentram o maior número de famílias afetadas pelas enchentes.

O estudo do Painel El Niño mostrou a mudança da situação de seca em todo o País. No Norte, as áreas aumentaram e a gravidade da seca passou de fraca a extrema em algumas regiões.