A Câmara de Rio Branco promoveu na manhã desta terça-feira, 19, o debate sobre a criação do Centro de Referência em Atendimento à Dor Crônica, iniciativa proposta pela vereadora Lene Petecão (PSD). A medida busca atender principalmente mulheres diagnosticadas com fibromialgia, doença que afeta cerca de 1,8 mil pessoas na Capital acreana, segundo dados da Associação de Fibromiálgicos do Acre.
O anteprojeto apresentado pela parlamentar prevê a criação de um espaço especializado no tratamento de pacientes com dores crônicas. O centro terá uma equipe multidisciplinar composta por reumatologistas, ortopedistas, psicólogos, fisioterapeutas e acupunturistas, entre outros profissionais. A proposta visa oferecer assistência integral e reduzir as longas filas de espera para consultas e tratamentos especializados.
A presidente da Associação de Fibromiálgicos do Acre, Lene Queiroz, ressaltou a urgência da medida. “Temos pacientes aguardando consultas há meses, alguns até há dois anos. A criação desse centro traria um alívio para a lista de espera e um avanço significativo no tratamento de fibromialgia no Estado”, afirmou.
Maria Cleide, diagnosticada com fibromialgia desde 2014, compartilhou sua experiência durante a sessão. “Convivo com dores no corpo todo e esperei um ano e oito meses para conseguir uma consulta com um reumatologista. Essa demora só agrava a nossa condição.”
A vereadora Lene Petecão destacou que o anteprojeto é fruto de anos de diálogo com a comunidade e de um movimento nacional por políticas públicas voltadas para doenças autoimunes como a fibromialgia. “Estamos entregando essa proposta como um ato de despedida do nosso mandato, mas também como um chamado à responsabilidade dos gestores municipais e estaduais. Precisamos de um olhar mais sensível para essas pessoas que sofrem diariamente”, declarou.
A proposta ainda será encaminhada à Prefeitura e à Secretaria Municipal de Saúde para análise. “Caso aprovada, o Centro de Referência em Atendimento à Dor Crônica será um marco no atendimento especializado em Rio Branco, com impacto direto na qualidade de vida de pacientes que enfrentam dores recorrentes”, concluiu Lene.