O Acre completa nesta segunda-feira, dia 15 de junho, 58 anos de elevação à condição de Estado Brasileiro. A data, tida como feriado estadual desde setembro de 1962, ano em que houve a assinatura de lei 4.070, que garantiu a elevação, é sempre marcada por celebrações e homenagens.
Na manhã de atividades, o governador Gladson Cameli participou da cerimônia de troca da bandeira do Estado, no mastro do Calçadão da Gameleira, no 2º Distrito de Rio Branco. Antes, passou em revista às tropas da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. A atitude é praxe nesse tipo de cerimônia.
A cerimônia de troca da bandeira foi criada pelo ex-governador Binho Marques em 2008, e desde então movimenta a região da Gameleira anualmente. Neste ano, o ministro interino da saúde, general Eduardo Pazuello, acompanhou a cerimônia, além de outras autoridades do Estado, integrantes dos Poderes e instituições da administração pública local.
A prefeita de Rio Branco, Socorro Neri, lembrou enquanto discursava sobre a anexação do Acre ao Brasil, por meio do Tratado de Petrópolis e remontou, em poucas palavras, a história que margeia o estado, citando a crise sanitária causada pela Covid-19 no mundo. "Este momento é o momento de colocar os interesses públicos acima de todos os outros" disse a gestora da capital acreana.
Gladson Cameli, o 19º governador do Acre, ao discursar durante o ato, destacou que ao assumir como chefe do Poder Executivo estadual, assumiu também a responsabilidade de cuidar e fazer com que o estado se mantenha em pleno desenvolvimento, honrando a história de luta e conquistas do povo acreano.
Ao se dirigir ao ministro, Cameli agradeceu o apoio que tem recebido nesse período de pandemia, e fez isso em nome também dos prefeitos do estado. "Nós últimos dois meses o mundo deu 180 graus. Só tenho a agradecer a todos os nossos parlamentares da bancada federal" acentuou o governador.
"São 58 anos de emancipação que representam não somente a autonomia administrativa. Temos enfrentado dias difíceis, guiados pela paciência e perseverança. Serei eternamente grato a todos que nos deram as mãos. A força dessa união tem nos impulsionado. Hoje é um dia de reconhecimento. Reafirmo a todos os senhores a tradição do povo acreano de superar desafios, e ficar à frente das batalhas. Assim ficaremos até que os dias voltem ao normal", declarou o governador Gladson Cameli.
O ministro da Saúde, general Eduardo Pazzuelo, numa rápida mensagem, parabenizou o Acre pelos 58 anos, e lembrou a forma que o governador tem atuado, direto ou indiretamente, para conter o surto da doença em território acreano.
"O sistema único de saúde brasileiro é a maior armanpara enfrentar essa pandemia. Tem problemas? Como não teria? Mas temos a oportunidade de melhorias. Contem conosco em qualquer situação", disse o ministro.
HISTÓRIA - Durante entrevista à imprensa, ainda em 2012, Lauro Veiga dos Santos, que é neto do ex-governador e delegado do Território Federal do Acre (1946-1950), Guiomard dos Santos, autor da lei 4.070 que garantiu a elevação do Acre a Estado, pontuou sobre a importância da realização da celebração e da lembrança da história local.
“Um povo que não cultua seu passado, não sabe a razão de seu presente, nem tem como planejar o futuro. Esta é a segunda data mais importante da história do Acre. Que a liberdade seja eterna!”, desejou. Na mesma linha comentou também o autonomista Osmir Lima, que atualmente integram o conselho polícia do Palácio Rio Branco.
“O Acre foi incorporado ao Brasil como Território Federal à revelia da Constituição, que não previa esta modalidade em seu texto. Nós deveríamos, desde o início, termos a condição de Estado, e isso nos foi negado. Surgiu daí a luta. Hoje algumas pessoas são reconhecidas como autonomistas, mas na verdade o movimento foi abraçado por todo o povo do Acre, todos entenderam a nossa causa”, disse.
BANDEIRA - Adotada pelo governador Epaminondas Jácome como a bandeira oficial do Estado, o símbolo acreano é composto por dois triângulos retângulos, sendo um verde e outro amarelo, tendo ainda uma estrela de cor vermelha posicionada no canto superior esquerdo.
A bandeira trocada fica hasteada 24 horas por dia em um mastro que possui 60 metros e foi instalado em 2002 no Calçadão da Gameleira, em homenagem ao Centenário da Revolução Acreana, ainda no governo de Jorge Viana (1998-2006). A bandeira pode ser vista de vários bairros da cidade, e tornou-se cartão postam da capital acreana.
A bandeira atual foi instituída pela lei nº 1.170 de 1995, assinada pelo ex-governador Orleir Cameli, o que permitiu a adoção do desenho da Bandeira do Estado Independente do Acre (Decreto nº 2, de 15 de julho de 1899), modificada pela Resolução nº 5, de 24 de janeiro de 1921, do Governo do Território Federal do Acre.