Paulo freire já dizia:
“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.
No final do mês, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, recebeu a determinação do presidente Jair Bolsonaro, para que corte 30% do orçamento destinado às universidades de todo Brasil.
Enquanto as nações desenvolvidas aumentam os repasses para educação superior, um presidente com cegueira ideológica ataca criminosamente o avanço do conhecimento, pesquisa e desenvolvimento científico brasileiro.
Um fato curioso é assistir a pouca movimentação e mobilização da bancada federal do Acre, na tentativa de somar forças às instituições de classe, às reitorias do Ifac e Ufac, que estão praticamente acampadas em Brasilia, na tentativa de pressionarem o governo federal a rever essa trágica decisão.
Alguns dos parlamentares federais, aqueles que compreendem a educação como ferramenta de transformação da sociedade, de pronto se manifestaram e mostraram sua indignação com a medida, como por exemplo: Perpétua Almeida (PCdoB), Jéssica Sales (MDB) e Mara Rocha (PSDB). Foram as únicas até o momento.
Onde estão Flaviano Melo, Vanda Milane (SD), Jesus Sérgio (PDT), Alan Rick (DEM), Pastor Manoel Marcos (PRB), senadora Mailza Gomes (PP)?
Digo uma coisa: se os senhores concordarem e se calarem diante deste triste episódio, não serão esquecidos pelo povo, sobretudo aqueles mais pobres aos quais prometeram defender.
Onde estão os dois vices líderes do Governo Bolsonaro, Márcio Bittar (MDB) e Sérgio Petecão (PSD)?
Recentemente a imprensa noticiou, deu destaque para a indicação dos senadores Sérgio Petecão – PSD e Márcio Bittar – MDB, como dois dos vices líderes do Governo Bolsonaro no Senado Federal. Estes diziam que aquilo era algo de tamanha importância para o estado do Acre e significava acúmulo de força política e tantos outros benefícios.
Agora é chegada a hora. Os acreanos precisam dessa influência que o cargo de vice líder proporciona. Os acreanos querem saber nobres senadores, por que os senhores não se posicionam sobre o maior ataque já feito à educação superior no País e consequentemente no Acre?
Pois é... Nossa brava Ufac de guerra está sob ameaças, inclusive de fechar suas portas, com a perda de R$15 milhões anuais.
Qual agenda os senhores propuseram?
Já ligaram para as reitoras das respectivas instituições de ensino, Ufac e Ifac?
Agendaram um diálogo com o irresponsável ministro da Educação, Abraham Weintraub?
Se não fizeram isso, por favor, cuidem enquanto é tempo, pois ser negligente com esse ataque à sobrevivência intelectual e ao desenvolvimento educacional do País seria negar que vocês foram eleitos para fazer política de transformação social, de fato e de direito.
A Ufac fez uma explanação recente do que seria o caótico cenário, após anúncio de corte de R$ 15 milhões.Bolsas de pesquisas científicas da pós-graduação, mestrado e doutorado cortadas; bolsas de assistência estudantil que garantem a sobrevivência de milhares de acadêmicos cortadas. Este é o prenúncio de um caos social e talvez o maior da história da educação superior das últimas duas décadas.
As cidades de Cruzeiro do Sul e Rio Branco são cidades com campus/polos. Nelas, estudantes vindos de todas as regiões do Acre chegam e materializam seus futuros, ofertados pela educação superior nos mais diversos cursos oferecidos.
São jovens na sua maioria de famílias humildes e de baixa renda, que enxergam nas bolsas de permanência que já são poucas, a manutenção de sua rotina de vida. Eles pagam aluguel, transporte e alimentação. Em um cenário de cortes, tais despesas seriam impossíveis de serem custeadas por seus familiares que, de longe, torcem pela realização do sonho de ter um filho formado e preparado para contribuir com o desenvolvimento econômico, político e social.
O corte de repasses anunciado pelo governo federal foi pauta de uma reunião entre alunos, professores e técnicos da Universidade Federal do Acre (Ufac), nesta terça-feira (7), que deliberaram sobre as ações de resistência a esta medida.
Uma grande paralisação está marcada para o dia 15 de maio, data em que o movimento social convocará estudantes, professores e sociedade civil a ocupar as ruas do Brasil inteiro, em resposta ao anúncio dos cortes de 30% na verba repassada às universidades federais de todo País, e o Acre segue firme nesta programação que promete iniciar e só recuar depois que o Mec voltar atrás.
Francisco Panthio é ativista Social