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POLÍTICA

Um estranho no ninho: Responsável pelo fim do IMC integra comitiva do governo do Acre que participa, na Colômbia, do Fórum Global sobre Clima e Floresta

Um estranho no ninho: Responsável pelo fim do IMC integra comitiva do governo do Acre que participa, na Colômbia, do Fórum Global sobre Clima e Floresta

Comitiva oficial embarcou para evento climático sem definir situação do IMC. Com dificuldades de mostrar seu verdadeiro projeto econômico, na Colômbia governo tira da cartola uma proposta de desenvolvimento regional pensada na plataforma de campanha que tem como base o agronegócio de baixo carbono

A presença do secretário da Casa Civil, Ribamar Trindade, na comitiva do governador Gladson Cameli que cumpre agenda na Colômbia no décimo oitavo encontro do GCF (Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas), em Caquetá, vem dando muito o que falar no meio ambiental. Trindade é um dos membros do Grupo de Planejamento Permanente e Estratégico, o GPPE, e mentor da proposta de reforma que acabou com o  Instituto de Mudanças Climáticas, o IMC. 

Sao os recursos oriundos do IMC que bancam as despesas do governador e da primeira-dama, Ana Paula Cameli. A Comissão Estadual de Validação e Acompanhamento (Ceva) pode, ainda, reembolsar aos cofres públicos as despesas dos assessores que acompanham a comitiva, inclusive de Trindade.

Entre os anos de 2012 e 201, o estado recebeu 25 milhões de euros de recursos do RED. Mesmo com o comprometimento do Banco Alemão e do Departamento Ministerial de Negócios, Energias e Estratégia Industrial (BEIS), do Reino Unido, de ampliar a cooperação na segunda fase do programa, com um valor aproximado de R$ 120 milhões, dinheiro que o governo pode usar com o programa do agronegócio pode complementar a proposta de fortalecimento das cadeias produtivas, a equipe do GPPE ainda não confirmou se, de fato, o IMC terá sua autonomia.

Ironicamente, o Instituto, representado pelo diretor e professor Carlito Cavalcante, chega ao evento sem a garantia de autonomia para o desenvolvimento de suas políticas ambientais. O Acre foi um dos primeiros estados do Brasil a receber recursos através do programa de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa por Desmatamento e Degradação (REDD+) do Banco de Desenvolvimento da Alemanha (KFW), também  presente no evento na cidade colombiana.

Os fatos envolvendo atos do Executivo nos primeiros 120 dias de gestão, entre eles a extinção do IMC e a exoneração de Raphael Bastos da Secretaria de Planejamento mostram a dificuldade do governo de apresentar qual o verdadeiro modelo de gestão pensado para a economia do Acre.

No programa semanal exibido pelo Sistema Público de Comunicação no último sábado (27), Cameli disse que ia para Colômbia com uma lupa para ver de perto onde estão os milhões de dólares destinados  ao meio ambiente.

Num esforço para tentar justificar a atuação no evento internacional, a agência estatal de comunicação disparou vários releases. Fala-se agora em programas de desenvolvimento regional pensados na plataforma de campanha – e ainda não revelados na atual gestão – que terão como base o agronegócio de baixo carbono.

“Um deles é o fortalecimento da pecuária alicerçada nas pastagens degradadas, com tecnologias de gerenciamento e de modernização do setor, sem prejuízo para a vida das populações tradicionais” diz a Agência de Notícias do Acre.