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POLÍTICA

“Uma criança que é estuprada, que é violentada, ela morre. Ela morre de alma”, desabafa procuradora do MP em audiência na Aleac

“Uma criança que é estuprada, que é violentada, ela morre. Ela morre de alma”, desabafa procuradora do MP em audiência na Aleac

A procuradora de Justiça do Ministério Público Estadual, Patrícia Rêgo, coordenadora do Observatório de Violência de Gênero e do Centro de Atendimento à Vítima, apresentou dados de 2023 referentes aos casos de feminicídios no Acre.

O estado ocupa o quarto lugar no ranking de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com uma taxa de 2,4 por grupo de 100 mil mulheres. Mato Grosso (2,5), Tocantins (2,4) e Rondônia (2,4).

“Houve um aumento da taxa de feminicídio e houve um aumento nosso também lá que ficamos empatado com Tocantins e Rondônia. Lembrando que a taxa de feminicídio está crescendo. Então, a gente até queria dizer: ‘olha, está baixando os nossos números de feminicídio, mas na realidade o Brasil aumentou. É preciso olhar isso cm muita responsabilidade. A gente avança, mas ainda estamos patinando”, disse Patrícia Rêgo ao afirmar que a taxa de feminicídio do país é de 1,38.

Ainda em sua fala, a procuradora do MPAC alertou para a necessidade de se combater o machismo estruturado na sociedade acreana.

“A causa disso é o patriarcado, o machismo. Nós precisamos falar sobre isso, isso não pode ser tabu. Isso está matando as nossas crianças. Uma criança que é estuprada, que é violentada, ela morre. Ela morre de alma, ela pode na morrer fisicamente, ela morre de vida, ela perde a sua dignidade para sempre. É difícil resgatar uma criança que foi estrupada, e quando você mata uma criança, você mata a sociedade, você mata o futuro. Nós precisamos falar disso sem tabu, nós precisamos falar disso nas nossas famílias”, ressaltou.

Segundo dados trazidos por ela, 888,9% das mulheres assassinadas no Acre, vítimas de feminicídio, não estavam amparadas por medidas protetivas de urgência. Apenas 9,72% estavam.

“As mulheres que morreram, na sua imensa maioria não tinha medidas protetivas”, pontuou.