Depois que Luciano Bivar (União-PE) deixou a presidência nacional do União Brasil, o clima "fechou" no partido. Pelo menos, no Acre. O Poder360 apurou que há um racha interno pela disputa do governo estadual em 2026. Na queda de braço, os irmãos Rueda e o senador Márcio Bittar (União-AC) estão em pé de guerra com o senador Alan Rick (União-AC), que comanda o diretório estadual.
Rick quer ser candidato a governador pelo partido nas próximas eleições, mas seus planos esbarram nas ambições dos irmãos Rueda. O presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, quer tornar Fábio Rueda deputado federal em 2026 -um projeto que foi frustrado nas últimas eleições, apesar de ter sido uma das campanhas mais caras do Acre-, e apoiará do governo quem der sustentação a esta empreitada.
Atualmente, Fábio Rueda dirige o diretório municipal de Rio Branco (AC), além de chefiar o escritório da representação do Estado em Brasília. Na capital acreana, os irmãos Rueda embarcaram na reeleição do prefeito Tião Bocalom (PL-AC), que deixou o PP (Progressistas) em setembro do ano passado para concorrer contra o seu antigo correligionário Alysson Bestene (PP-AC), apoiado por Alan Rick.
O senador Bittar atuou diretamente para levar Bocalom para o PL (Partido Liberal) -seu filho, João Paulo Bittar, é presidente do partido em Rio Branco, e sua ex-mulher, Márcia Bittar (PL-AC), foi candidata ao Senado pela sigla em 2022.
Segundo apurou este jornal digital, se der certo a estratégia de colocar a máquina municipal de Rio Branco a favor da eleição de Fábio como deputado federal e a reeleição de Bittar no Senado em 2026, Bocalom se viabiliza como forte candidato ao governo do Acre em 2026.
"DESUNIÃO" BRASIL: RICK X BITTAR
A rivalidade entre os senadores acreanos Alan Rick e Márcio Bittar teve início nas últimas eleições por causa de uma "guerra fratricida".
Relator-geral do Orçamento em 2021, Bittar gozava de prestígio com os irmãos Rueda. Destinava emendas para regiões de interesse do União Brasil.
Rick, por sua vez, deputado federal à época, foi sondado pelo governador Gladson Cameli (PP-AC) para ser o seu candidato a vice.
Bittar, no entanto, tentava emplacar a sua ex-mulher, Márcia, na chapa de Cameli, mas sem sucesso.
Foi quando mudou a estratégia: rachou a coligação União-PP, se lançou candidato ao governo e colocou Márcia para disputar a vaga do Acre no Senado contra Rick.
Bittar até tentou barrar a candidatura do adversário, que foi homologada em convenção partidária por um interventor nacional em agosto de 2022.
Ao final, foi duplamente derrotado: com uma campanha bancada com uma cifra superior a R$ 3 milhões, obteve só 4 mil votos; Márcia não se elegeu.