O vereador Samir Bestene (PP) usou a tribuna da Câmara Municipal de Rio Branco, na sessão desta quarta-feira, 19, para cobrar mais atenção da gestão municipal à zona rural e às dificuldades enfrentadas pelos produtores e moradores dos ramais.
O parlamentar relatou sua recente visita à Estrada do Mutum, onde constatou problemas graves de infraestrutura, incluindo estradas em más condições e falta de roçagem, além da dificuldade dos pequenos agricultores em escoar a produção devido à precariedade dos ramais.
“Saí de lá muito preocupado, não só com a infraestrutura da estrada e a falta de roçagem – porque o mato está tomando conta –, mas também com a situação dos produtores daquela região. Sempre defendi que a produção é a solução para o nosso Acre, mas vejo que Rio Branco ainda não tem sequer um diretor de ramais na Secretaria Municipal de Agricultura", afirmou Bestene.
Dificuldade no transporte escolar
Outro ponto crítico levantado pelo vereador foi a falta de transporte escolar para crianças que moram na área rural. Segundo ele, 15 alunos estão sem ir à escola porque os ônibus não conseguem trafegar pelos ramais da Estrada do Mutum.
“O mais agravante hoje nem é só escoar a produção, mas o fato de que alunos estão sem aula porque os ônibus escolares não entram nos ramais. Precisamos urgentemente que a Secretaria de Agricultura olhe mais atentamente para os nossos produtores, que estão passando por muitas dificuldades", reforçou.
O parlamentar estacou ainda que, enquanto muitas discussões se concentram nos impactos da cheia do Rio Acre na zona urbana, os moradores da zona rural também estão enfrentando grandes prejuízos. Ele citou demandas do Ramal Oriente, Ramal do Limoeiro e da região do Quixadá, onde produtores relatam perdas nas lavouras e falta de assistência do poder público.
O vereador sugeriu a criação de um novo projeto de apoio aos pequenos produtores, semelhante ao Programa Recomeço, aprovado em legislaturas passadas para ajudar vítimas de desastres naturais. “Se conseguimos aprovar um programa para apoiar as famílias que perderam tudo na cidade, por que não criar algo para beneficiar os pequenos produtores que também estão sofrendo?", questionou Bestene.